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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Bancada religiosa: o Brasil tem seu Talibã

Fundamentalismo dos outros é uma insânia, mas o desrespeito à laicidade do Estado brasileiro é a forma hipócrita com que os políticos travestidos de pseudo religiosos buscam manter seus currais eleitorais de ternas vaquinhas de presépio ou de mansos cordeiros do Senhor.

Conforme noticiado pelo portal iG, as bancadas evangélicas da Câmara e Senado se articulam para barrar as mudanças no Código Penal, que tratam de aborto, drogas e criminalização da homofobia. Em dezembro de 2013 os líderes, que se sustentam mais por haverem decorado partes da bíblia e menos por condições mínimas de exercerem bem o mandato parlamentar, haviam conseguido conter a tramitação do PLC 122, anexando-o ao Código Penal. Agora pretendem que a criminalização da homofobia seja, também, retirada da reforma.

Conforme matéria do iG

O Projeto de Lei do Senado 236/2012 foi aprovado em comissão especial em dezembro e deve seguir e ser votado na Comissão de Constituição e Justiça. Em seu relatório, o senador Pedro Taques (PDT-MT), ao atender pedidos dos religiosos, retirou a permissão de aborto nas 12 primeiras semanas de gravidez. Porém, os líderes da bancada religiosa disseram que, como o texto ainda não foi a plenário, qualquer deputado pode alterá-lo.

Privilégios - A estratégia estabelecida pelos parlamentares da bancada evangélica é não deixar o texto da reforma do Código Penal, que data de 1940, avançar. Eles argumentam que a aprovação do projeto vai abrir brecha para a “legitimação da pedofilia”, assegurar “privilégios aos homossexuais”, legalização do aborto e a descriminalização do consumo de “determinadas drogas”.

O senador Magno Malta (PR-ES), que também faz parte da Frente em Favor da Família Brasileira, declarou que eles desejam que tudo “fique como está”, pois, na opinião do senador, a mudança contém uma série de “atentados contra a família”.


Senador, eu tenho família, meus amigos têm família, algumas dessas famílias são iniciadas com dois seres do sexo masculino ou do sexo feminino, e não nos sentimos ameaçados pela atualização necessária da Lei. Privilégio aos homossexuais, não. O entendimento tardio que o código deve proteger o ser humano, sem discriminações, isso sim. Legitimação da pedofilia? Onde? Legalização do aborto, sim, acabando com a hipocrisia das clínicas conhecidas por todos que provocam o aborto a alto custo e outras, de menor custo, que colocam em risco a vida das grávidas que pelos mais diversos motivos as procuram.

Retornando ao iG

Pontos polêmicos - Elaborado em 2012 por uma comissão especial de juristas, o texto apresentado e que segue em debate no Senado inclui uma série de temas que ainda são tabu na sociedade brasileira. Destacamos aqui aqueles que tem gerado o acirramento de ânimos entre as bancadas conservadoras e progressistas no Congresso Nacional.

Aborto: o texto original permite que a gestante interrompa por vontade própria a gravidez até a 12ª semana de gravidez. Porém, em seu relatório, o senador Pedro Taques (PDT-MT) retirou este ponto.

Porte de drogas: prevê a descriminalização da pessoa portadora de substância ilegal, porém, continua proibido o consumo em locais públicos.

Prostituição: legaliza as casas de prostituição e estabelece pena de nove anos em regime fechado para o dono da casa/ prostíbulo que obrigar uma pessoa a se prostituir. 


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