por Karina Vilas Boas
Nos últimos tempos, com certeza que a velocidade da informação colabora
e muito, incluindo as redes sociais, aumentou-se a publicidade em cima de casos
absurdos de espancamento e assassinato contra as mulheres e o pior que
cometidos por seus próprios companheiros, este post é mais um desabafo do que
uma constatação diante dos fatos que tanto nos indignam.
Ao longo da história, os números e índices estão de prova, a violência
contra mulher tem sido uma constante em nosso país e com a conquista da
independência feminina as denúncias aumentaram e com isso ficamos sabendo cada
vez mais da realidade dos casais brasileiros, que muitas vezes se casam, vão
morar juntos, estabelecem um relacionamento, embasados no “para sempre”, no
amor e de repente toda esta conjuntura se transforma em ódio e violência.
Não podemos esquecer que a violência possui suas faces que vão desde a
psicológica, a moral, a física, portanto muitas de nós mulheres sofremos no
nosso dia a dia algum tipo de violência e não nos damos conta do que está
acontecendo ao nosso redor, até que um dia as coisas pioram e aconteça o que
aconteceu com os três casos recentes que chocaram a sociedade
sul-mato-grossense, Laida Andréia Samulha , morta a pedradas por seu
ex-companheiro, a médica Maria José de Pauli, assassinada a golpes
de barra de ferro pelo atua companheiro, ao descobrir uma traição e terminar a
relação ou a jovem, de apenas 19 anos, Giovanna Nantes, que foi espancada
e teve seu rosto desconfigurado, pelo que tudo indica, por seu próprio
namorado.
Quantas de nós, muitas vezes, não insistimos em relações infundadas,
baseadas em traições, contradições e sentimentos que passam longe do amor, do
respeito ou de qualquer coisa saudável para a construção de uma vida a dois?
Momento de reflexão, pois cometemos este erro cruel e nos esquecemos, por medo,
por falta de amor próprio, por acreditar que sem o outro não dá para seguir em
frente, de dar um basta, não gritamos, não denunciamos e sofremos caladas,
assistindo a sociedade machista, preconceituosa e hipócrita vencer mais uma
batalha contra a igualdade de direitos e a luta por uma sociedade mais justa.
Além disso, temos um poder público omisso que não investe nas Delegacias
Especiais de Atendimento à Mulher 24 horas, que demora para liberar uma medida
protetiva, que a todo momento quer dar um jeito de distorcer a Lei Maria da
Penha, que é clara e objetiva não só em relação a violência física, mas como a
violência psicológica e assim por diante…
Se há o que fazer precisamos que seja feito rapidamente, pois os homens
que cometem a violência não estão mais soltos nas ruas, como pensávamos
antigamente, eles estão dentro dos lares, cumprindo papel de pais, de
companheiros e colocando em prática a pior face do machismo, a violência e a
exigência da submissão.
“Não acredito que existam
qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a
existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado
pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se
trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos
na sua integridade” Simone de
Beauvoir
outraface.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário