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sexta-feira, 5 de maio de 2017

‘Estava atendendo sozinho’. Descaso com saúde vira caso de polícia

“Em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”. ‘Estava atendendo sozinho’ diz médico preso após entrevero com bombeiros


Este ditado português cabe perfeitamente em ocorrido na manhã de hoje (5) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Leblon. O médico plantonista, de 32 anos, que teve sua identidade preservada, foi detido por policiais e encaminhado ao 6º DP durante confusão que envolveu bombeiros militares em relação a dois pacientes, um que estava sendo atendido pelo médico e outro que havia sido encaminhado na viatura do corpo de bombeiros à unidade, acusado de desacato à funcionário público no exercício da função.

Já em atendimento à uma paciente que apresentava problemas respiratórios, que corria risco de morte e necessitava ser entubada, o médico informou que “estava atendendo sozinho (grifo da redação) e que eles (bombeiros) precisam ter mais respeito, sempre acham que têm preferência, o que não é verdade”.

O enfraquecimento da saúde pública e o desrespeito continuado à esses profissionais, que parecem tender para a terceirização – na base do deixar arruinar para justificar a privatização da saúde – é um contínuo nessa atual gestão de Marquinhos Trad. Ainda que possamos comentar que o profissional habilitado para determinar o estado de doença do paciente seja um médico, não um socorrista, o que chama a atenção é o total abandono da saúde.

O temor é que não seja apenas incapacidade de prefeito e secretário, mas uma bem articulada trama para a terceirização dos serviços de saúde pública para benefício de empresas privadas que visam lucro, em detrimento da população que visa qualidade de vida.

Acusações de lado a lado, dar o tratamento de “criminoso”, com a presença da polícia para um médico que contestou a “urgência” sugerida por um bombeiro é aceitar que a Saúde Pública chegou ao fundo do poço e prefeito e secretário continuam cavando.

Os envolvidos quase chegaram às vias de fato – agressões – impedidos pela ação dos enfermeiros, técnicos e pacientes.

Não bastasse, outros profissionais estão solicitando nas redes sociais, informações sobre unidades de saúde que tenham algum estoque de Cloridrato de fluoxetina e Diazepan. Ainda que informados de estoques em algumas unidades, como UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Serradinho e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida, essas unidades também com estoque zero.


A paciência dos profissionais de saúde está beirando o limite do aceitável e a mensagem é clara: “Se as pessoas responsáveis pela manutenção desses medicamentos nos postos não resolverem o problema, eu vou começar a reunir maluco para surrar o secretário de saúde para ele aprender como a banda toca, porque paciente psiquiátrico não pode ficar sem medicamento”.
Sem resposta da prefeitura ou da secretaria, a mesma profissional pede uma explicação para o vereador Chiquinho Telles (líder do prefeito Marquinhos Trad), para que se posicione sobre os equipamentos quebrados da Unidade das Moreninhas e a falta de medicamento Clonazepam. E finaliza informando que, caso não obtenha resposta, irá visitar o vereador em seu gabinete para que ele, em conversa séria, converse sobre o desrespeito ao povo e ao salário que ele recebe.





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