“Em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”.
‘Estava atendendo sozinho’ diz médico preso após
entrevero com bombeiros
Este ditado
português cabe perfeitamente em ocorrido na manhã de hoje (5) na Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Leblon. O médico plantonista, de 32 anos,
que teve sua identidade preservada, foi detido por policiais e encaminhado ao
6º DP durante confusão que envolveu bombeiros militares em relação a dois
pacientes, um que estava sendo atendido pelo médico e outro que havia sido
encaminhado na viatura do corpo de bombeiros à unidade, acusado de desacato à
funcionário público no exercício da função.
Já em
atendimento à uma paciente que apresentava problemas respiratórios, que corria risco
de morte e necessitava ser entubada, o médico informou que “estava
atendendo sozinho (grifo
da redação) e que eles (bombeiros) precisam ter mais respeito, sempre acham que
têm preferência, o que não é verdade”.
O enfraquecimento da saúde pública e o desrespeito
continuado à esses profissionais, que parecem tender para a terceirização – na
base do deixar arruinar para justificar a privatização da saúde – é um contínuo
nessa atual gestão de Marquinhos Trad. Ainda que possamos comentar que o
profissional habilitado para determinar o estado de doença do paciente seja um
médico, não um socorrista, o que chama a atenção é o total abandono da saúde.
O temor é que não seja apenas incapacidade de
prefeito e secretário, mas uma bem articulada trama para a terceirização dos
serviços de saúde pública para benefício de empresas privadas que visam lucro,
em detrimento da população que visa qualidade de vida.
Acusações
de lado a lado, dar o tratamento de “criminoso”, com a presença da polícia para
um médico que contestou a “urgência” sugerida por um bombeiro é aceitar que a
Saúde Pública chegou ao fundo do poço e prefeito e secretário continuam
cavando.
Os
envolvidos quase chegaram às vias de fato – agressões – impedidos pela ação dos
enfermeiros, técnicos e pacientes.
Não bastasse, outros profissionais estão solicitando nas redes sociais, informações sobre unidades de saúde que tenham algum estoque de Cloridrato de fluoxetina e Diazepan. Ainda que informados de estoques em algumas unidades, como UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Serradinho e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida, essas unidades também com estoque zero.
A paciência dos profissionais de saúde está beirando o limite do aceitável e a mensagem é clara: “Se as pessoas responsáveis pela manutenção desses medicamentos nos postos não resolverem o problema, eu vou começar a reunir maluco para surrar o secretário de saúde para ele aprender como a banda toca, porque paciente psiquiátrico não pode ficar sem medicamento”.
Sem
resposta da prefeitura ou da secretaria, a mesma profissional pede uma
explicação para o vereador Chiquinho Telles (líder do prefeito Marquinhos
Trad), para que se posicione sobre os equipamentos quebrados da Unidade das
Moreninhas e a falta de medicamento Clonazepam. E finaliza informando que, caso
não obtenha resposta, irá visitar o vereador em seu gabinete para que ele, em
conversa séria, converse sobre o desrespeito ao povo e ao salário que ele
recebe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário