A
Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal de Campo Grande, que os
vereadores disseram ser suficientemente ativa e com poderes para investigar os
motivos que levaram ao caos a saúde pública no município, e também investigar a
corrupção flagrada e investigada pela Polícia Federal e Ministério Público
Federal no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, faz apenas visitas em postos de
saúde baseados em qualquer denúncia apresentada.
Dizer
que os vereadores Paulo Siufi (PMDB - presidente),
Dr. Jamal (PR - vice), Elizeu Dionízio (PSL), Coringa (PSD) e Grazielle Machado
(PR), muitos que durante várias legislaturas foram base de apoio do
ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), teriam isenção para investigar “realmente”
a saúde é considerar imbecis todos os cidadãos de nossa cidade.
O objetivo da Comissão é reunir subsídios para uma improvável
CPI que abranja toda a saúde do município. Segundo Elizeu Dionízio, o objetivo
é investigar todos os postos, hospitais e unidades de saúde. Mas retroativa a
que período será a investigação? Afinal, a precarização da saúde pública
municipal se deu nos oito anos de governo peemedebista e muitos dos que fizeram
vistas grossas e pertencem ao grupo de oposição do atual prefeito Alcides
Bernal ou à própria Comissão.
Se pretendem vasculhar denúncias, que iniciem por aquelas
feitas pelo secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, que compareçam aos pátios
onde estão recolhidos 77 veículos sem condições de uso deixados pela antiga
gestão. Inquiram os motivos que levaram ao cancelamento de licitações para
medicamentos e material de uso em saúde.
Chamar o que parece à população um conchavo entre amigos de “omissão
involuntária do legislativo” na investigação do que a imprensa informava dia
após dia, é patético.
“Temos que analisar a saúde de forma ampla. O trabalho da
Comissão Permanente nasceu a partir da sociedade. Com as denúncias podemos
observar uma mudança de comportamento da população que nos elegeu, e até mesmo,
do legislativo”, explicou Mário Cesar. Não, o que nasceu a partir do
clamor da sociedade foi a instauração de um CPI, que 20 vereadores, inclusive o
que se intitula presidente daquela Casa.
Paulo Siufi, ex-presidente da Câmara, chegou a admitir que os
problemas como falta de médicos e outros são recorrentes, já existiam na gestão
de Nelsinho Trad, mas afirmou que denúncias nunca chegaram ao seu gabinete.
Isso é admitir total desinformação. E foi presidente do Legislativo
Municipal.
Comecem, senhores vereadores, por se debruçarem sobre as mais
de 11 mil páginas de documentos que o Ministério Público Estadual e a Polícia
Federal enviaram a Comissão de Saúde na investigação que se iniciou em 2009 e
que traz dados inequívocos das irregularidades no Hospital do Câncer.
Senhores vereadores, tenham mais vergonha de seus atos.
Tenham respeito pelo cidadão porque, não sei se merecem respeito aos que os
elegeram. Não somos todos imbecis.
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