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| Vereadora Luiza Ribeiro (MD) |
A reitora Célia Maria Silva Correa de
Oliveira, em depoimentos à CPI da Saúde, que apresentaram diversas
contradições, negou que o ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos
Dorsa Vieira Pontes, ainda tenha influência na diretoria do núcleo. “É um órgão que tem
autonomia. Não passa pela administração central e nem pelos conselhos essa
autorização [para licitar]. O diretor do hospital é responsável pelas
licitações, compras, enfim, pela administração do hospital”, afirmou.
Célia explicou ainda que o HU “é um hospital 100%
SUS (Sistema Único de Saúde)”. A Universidade encaminha a prestação de contas
do hospital aos órgãos de controle. Todos os contratos e procedimentos, passam
pelo ordenador de despesa, que é função do diretor do HU”.
Não bastassem as contradições, escutas
telefônicas de conversas trocadas entre Dorsa e o vice-reitor da UFMS, João Ricardo
Tognini, em que orquestram um engodo que ludibrie a equipe de reportagem da TV
Morena sobre as denúncias, foram esquecidas, não perguntadas e não mencionadas.
Pode-se abusar de nossa imaginação e supor que a reitora Célia Maria não tenha
acesso direto ao Hospital Universitário, mas não receber informações de seu
vice-reitor, nem a mais fértil das imaginações...
Contradição
Célia Maria afirmou que sempre esteve aberta para
receber denúncias sobre supostas irregularidades no Hospital Universitário e
negou que tenha recebido ofícios para uma reunião com a física Regina Borges
Prestes César, que estava disposta a denunciar irregularidades na administração
do núcleo. “Desconheço esses pedidos. Eu estive pessoalmente no setor,
conversei com a Regina e passei meu celular pessoal. Nunca, jamais ela me
procurou na reitoria. Não conheço nenhuma CI (Circular Interna) apresentada”,
garantiu.
No entanto, após os parlamentares afirmarem que
Regina tinha cópia do documento, a reitora voltou atrás. “Ela me encaminhou um
documento com várias acusações, denúncias, então eu fui atrás de investigar
essas denúncias”, resumiu. “Não existe essa que a reitora não recebe o
Conselho. A UFMS é complexa. Se tivéssemos conhecimento de irregularidades,
iríamos tomar providencias”, complementou.
E?
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| José Carlos Dorsa, Célia Maria Oliveira e João Filgueiras Tognini. (Foto: MEC/Divulgação) |
Reitora
perdeu sustentação no cargo
A vereadora Luiza Ribeiro (MD),
primeira a propor uma CPI da Saúde e excluída na constituição dos membros que
compõem a atual, diz que “É insustentável a permanência da Reitora no cargo,
pois ficou evidenciado que todo o esquema para desarticular o serviço de
radioterapia do HU e transferi-lo para o Hospital do Câncer – que os transferia
para a Clínica Particular que beneficiava um grupo de médicos empresários –
contou com a conivência da reitora, Célia Maria e do vice-reitor João Tognini,
objetivando sustentas interesses econômicos de grupos ligados ao médico Adalberto
Siufi, proprietário da Clínica Neorad.
“Ficou evidente que a Reitoria usa de pressões e até ameaças aos
funcionários lotados no HU, sendo que a Médica Física Regina Prestes sofreu
ameaças graves (de morte) tendo solicitado da CPI que viabilizasse junto à
Polícia Federal proteção especial”, enfatizou a vereadora Luiza Ribeiro.
Pelos depoimentos à CPI, conclui-se
que a Reitora, embora recebendo denúncias, nada fez.
“Apenas em maio, foi publicada portaria que deu abertura ao processo
administrativo para apurar condutas do Dr. Dorsa; depois das noticias sobre os
desvios de recursos e outros abusos de poder e da presença do Ministro da Saúde
em Campo Grande”, comenta a vereadora.
Luiza Ribeiro (MD), presente nas audiências, entende que “a Reitora
Célia não reúne confiabilidade para manter-se no cargo. Contrariando o próprio
Ministério da Saúde, a Reitora permitiu que o HU interrompesse, novamente, os
serviços de radioterapia, deixando pacientes sem atendimento, mesmo tendo
autorização para funcionamento expedida pela Vigilância Sanitária e pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN”.
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| Reitora Célia Maria, da UFMS, durante oitivas da CPI da Saúde. |
Conheça a Reitora e sua gestão
Em 2012, reconduzida ao cargo, Célia Maria respondia a dezenas de
processos de improbidade administrativa. O MEC solicitou explicações sobre as
irregularidades no processo de formação da lista tríplice e sobre as denúncias
de irregularidades na administração.
No Ministério Público Federal foram abertos mais de 20
inquéritos civis públicos contra a UFMS que vão desde nomeação irregular,
acúmulo de cargos e concessão irregular de bolsas até fraude em pregões
eletrônicos, desvio de verbas, superfaturamento e emissão de nota em nome da
Universidade em favor de empresa terceirizada.



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