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terça-feira, 18 de junho de 2013

Luiza Ribeiro quer afastamento da reitora e intervenção na UFMS

Vereadora Luiza Ribeiro (MD)
A reitora Célia Maria Silva Correa de Oliveira, em depoimentos à CPI da Saúde, que apresentaram diversas contradições, negou que o ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa Vieira Pontes, ainda tenha influência na diretoria do núcleo. “É um órgão que tem autonomia. Não passa pela administração central e nem pelos conselhos essa autorização [para licitar]. O diretor do hospital é responsável pelas licitações, compras, enfim, pela administração do hospital”, afirmou.

Célia explicou ainda que o HU “é um hospital 100% SUS (Sistema Único de Saúde)”. A Universidade encaminha a prestação de contas do hospital aos órgãos de controle. Todos os contratos e procedimentos, passam pelo ordenador de despesa, que é função do diretor do HU”.

Não bastassem as contradições, escutas telefônicas de conversas trocadas entre Dorsa e o vice-reitor da UFMS, João Ricardo Tognini, em que orquestram um engodo que ludibrie a equipe de reportagem da TV Morena sobre as denúncias, foram esquecidas, não perguntadas e não mencionadas. Pode-se abusar de nossa imaginação e supor que a reitora Célia Maria não tenha acesso direto ao Hospital Universitário, mas não receber informações de seu vice-reitor, nem a mais fértil das imaginações...

Contradição

Célia Maria afirmou que sempre esteve aberta para receber denúncias sobre supostas irregularidades no Hospital Universitário e negou que tenha recebido ofícios para uma reunião com a física Regina Borges Prestes César, que estava disposta a denunciar irregularidades na administração do núcleo. “Desconheço esses pedidos. Eu estive pessoalmente no setor, conversei com a Regina e passei meu celular pessoal. Nunca, jamais ela me procurou na reitoria. Não conheço nenhuma CI (Circular Interna) apresentada”, garantiu.

No entanto, após os parlamentares afirmarem que Regina tinha cópia do documento, a reitora voltou atrás. “Ela me encaminhou um documento com várias acusações, denúncias, então eu fui atrás de investigar essas denúncias”, resumiu. “Não existe essa que a reitora não recebe o Conselho. A UFMS é complexa. Se tivéssemos conhecimento de irregularidades, iríamos tomar providencias”, complementou.

E?

José Carlos Dorsa, Célia Maria Oliveira
 e João Filgueiras Tognini. (Foto: MEC/Divulgação)
Reitora perdeu sustentação no cargo

A vereadora Luiza Ribeiro (MD), primeira a propor uma CPI da Saúde e excluída na constituição dos membros que compõem a atual, diz que “É insustentável a permanência da Reitora no cargo, pois ficou evidenciado que todo o esquema para desarticular o serviço de radioterapia do HU e transferi-lo para o Hospital do Câncer – que os transferia para a Clínica Particular que beneficiava um grupo de médicos empresários – contou com a conivência da reitora, Célia Maria e do vice-reitor João Tognini, objetivando sustentas interesses econômicos de grupos ligados ao médico Adalberto Siufi, proprietário da Clínica Neorad.

Ficou evidente que a Reitoria usa de pressões e até ameaças aos funcionários lotados no HU, sendo que a Médica Física Regina Prestes sofreu ameaças graves (de morte) tendo solicitado da CPI que viabilizasse junto à Polícia Federal proteção especial”, enfatizou a vereadora Luiza Ribeiro.

Pelos depoimentos à CPI, conclui-se que a Reitora, embora recebendo denúncias, nada fez.
Apenas em maio, foi publicada portaria que deu abertura ao processo administrativo para apurar condutas do Dr. Dorsa; depois das noticias sobre os desvios de recursos e outros abusos de poder e da presença do Ministro da Saúde em Campo Grande”, comenta a vereadora.

Luiza Ribeiro (MD), presente nas audiências, entende que “a Reitora Célia não reúne confiabilidade para manter-se no cargo. Contrariando o próprio Ministério da Saúde, a Reitora permitiu que o HU interrompesse, novamente, os serviços de radioterapia, deixando pacientes sem atendimento, mesmo tendo autorização para funcionamento expedida pela Vigilância Sanitária e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN”.

Reitora Célia Maria, da UFMS,
durante oitivas da CPI da Saúde.
Conheça a Reitora e sua gestão

Em 2012, reconduzida ao cargo, Célia Maria respondia a dezenas de processos de improbidade administrativa. O MEC solicitou explicações sobre as irregularidades no processo de formação da lista tríplice e sobre as denúncias de irregularidades na administração.

No Ministério Público Federal foram abertos mais de 20 inquéritos civis públicos contra a UFMS que vão desde nomeação irregular, acúmulo de cargos e concessão irregular de bolsas até fraude em pregões eletrônicos, desvio de verbas, superfaturamento e emissão de nota em nome da Universidade em favor de empresa terceirizada.


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