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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Manifestação Cívica: Campo Grande surpreendeu e foi além


Foto Kiko Cangussu (Midiamax)
Uma das vítimas do primeiro dia de manifestação cívica ocorridas em Campo Grande, com certeza foi este jornalista que subestimou a capacidade de mobilização e quantificou erroneamente o grau de insatisfação da população, quando escreveu a matéria: “Campo Grande: uma manifestação que nasce morna”.

 

Por isso, “peço desculpas”.

 

Não errei mais, pois finalizei o artigo antevendo que: “O que vai permitir que o movimento se aqueça, até ebulir, é o fogo da paixão popular pelo respeito, pela lisura, pela ética.

Essa paixão fez com que mais de 50 mil campo-grandenses demonstrassem de forma cabal toda a insatisfação com todos os rumos de uma política capenga, quadrilhesca, bandida. E a população tomou ruas, portando cartazes que estampavam as mais diversas manifestações e gritando palavras de ordem contra todo o tipo de falcatrua que fica exposta, dia a dia, como se um grupo desvinculado da sociedade pudesse ditar regras impunemente.

E o povo cantava o Hino da sua Nação. Se houvesse a possibilidade de pensar outra pérola da música para compor a trilha da manifestação, creio que seria “Gota D’Água”, da peça homônima de Chico Buarque: Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa / E qualquer desatenção, faça não / Pode ser a gota d'água...

Sem policiamento por quê?

A última tentativa de desmoralização desta Manifestação foi a determinação de impedir que a polícia cumprisse sua mais nobre e pouco praticada função, estar nas ruas para garantir a segurança da população que, efetivamente, paga seus soldos. Por maior poder de mando que tenha o governador, ele é apenas um gestor a serviço da população. Nada mais e, por prazo determinado.

Não havia policiamento, exceto pequena tropa de choque no paço municipal, acompanhada de inoperantes guardas municipais, atônitos, embevecidos e, também, assustados.

O trânsito fluiu mais por consciência e cumplicidade dos motoristas do que pelo parco, exíguo número de policiais de trânsito colocados em serviço.

Para quem desejava desmoralizar a manifestação repercutindo eventuais atos de violência, a resposta sutil estava contida nas entrelinhas dos refrãos, das músicas, do Hino Nacional entoado: “Os bandidos são vocês, nós somos um povo sofrido, lutador, ordeiro e consciente”. Está respondida sua dúvida, governador André Puccinelli?





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