Loading

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Os protestos e a melhoria dos serviços públicos

por Marcelo Bluma 

A onda de protestos que tomou conta do Brasil pegou muita gente de surpresa. Parecia que apesar de todas as mazelas envolvendo corrupção, descaso com a coisa pública, falta de valores éticos e morais, entre outras, o brasileiro permaneceria impassível, observando à distância e mantendo o “status quo” vigente.

Ledo engano. O saco encheu, transbordou, e rapidamente as pessoas se mobilizaram nas ruas para soltar o grito que estava sufocado na garganta, mostrando todo o seu descontentamento com os rumos do país.
Muitas são as demandas sociais reprimidas e será difícil responder a todas elas. Por conta disso, é preciso elencar prioridades a serem enfrentadas e encaminhar um amplo pacto costurado pelas mãos do Governo Federal e Congresso Nacional com a sociedade civil organizada.
Diferentemente da reforma política, o tema inicial a ser enfrentado deveria ser a reforma e modernização da administração pública brasileira, que se transformou em um imenso paquiderme, e que drena cada vez mais os recursos públicos sem o mínimo compromisso com a eficiência.
Muito embora tenham ocorridos avanços pelas mãos da lei de responsabilidade fiscal, é urgente a necessidade de uma reforma profunda na estrutura da administração pública para que o nível dos serviços públicos ofertados estejam em patamares decentes de qualidade.
A verdade é uma só: a máquina pública não funciona. Assim, serviços públicos como saúde, educação, segurança, transportes públicos, tutela jurisdicional, assistência social, entre tantos outros operados pelo poder público simplesmente são de péssima qualidade.
O cidadão comum sente isso no seu dia a dia. Aliás, sente que somente a área tributária estatal funciona. A administração pública funciona bem na hora de cobrar o imposto, mas é um desastre na hora de prestar os serviços como contrapartida.
A avaliação do atendimento de saúde pelo SUS, do ensino pela rede pública de educação, da solução de um conflito pela tutela jurisdicional do Poder Judiciário, da segurança pública da sua casa e do seu local de trabalho, etc,  constata que a mudança necessita iniciar por esse ponto.
Reformar a estrutura da administração pública nacional em suas três esferas, municipal, estadual e nacional, incorporando parâmetros utilizados no setor privado  é condição fundamental para a retomada da paz social e será o ponto de partida para as grandes reformas que a sociedade brasileira almeja.



Nenhum comentário: