O prefeito de Campo Grande, Alcides Peralta Bernal, vive uma
dicotomia administrativa que tende a transformar a Capital uma cidade sem
comando, sem projetos de obras, sem resolução das que estão em andamento, sem
atitude... uma cidade muito engraçada, sem teto, sem nada...
Para Bernal, não existem iguais. O mundo, segundo sua
óptica, é formado de superiores e inferiores. Dessa forma ele busca instâncias
superiores, desfilando réstias de preocupações e problemas imaginários ou não.
Submete-se à condição de suplicante esquecendo, decerto, que representa toda
uma parcela da população.
Todos os que o rodearam durante seus mandatos parlamentares
e o rodeiam hoje, ainda que tenha crescido este núcleo, estão abaixo, em sua
ótica. A estes, os impropérios verbais e a bile venenosa, mesmo que na presença
de terceiros. Aceitam, submetem-se, então, merecem.
Parece que a única exceção é seu Secretário de Saúde,
Ivandro Corrêa Fonseca, até porque desenvolve excelente trabalho à frente de
sua pasta. Outros sofrem mais ou menos, conforme inclinações e humores do
chefe.
De seu grupo de trabalho, não confia em ninguém, acredita
que todos estão propensos a lhe trair e não devem e não podem ser notados por
suas capacidades, pois isso lhes daria a visibilidade que ele, Bernal, conquistou
pelo seu programa popular nas rádios e não pelo seu desempenho legislativo.
Para a população a imagem das secretarias é de inépcia e ineficiência.
Todo o restante do universo humano é composto de inimigos
mortais. Toda a crítica é exclusiva tentativa de golpe. A realidade são suas
ações; toda a restante verdade escancarada dos erros administrativos, da
ineficiência do executivo municipal, é uma ficção irradiada a partir de outras
mentes.
E a população padece entre duas administrações que na sua interseção
danaram-na ao inferno do desprezo. Nelson Trad Filho, perante a inexorável
derrota e penalizando a sociedade buscando penalizar seu adversário, cancelou
licitações e apressou outras por causas sabidas pela imaginação, mas não
comprovadas; e Bernal cancelou licitações e não soube trabalhar sequer os
aspectos prementes tais como a merenda escolar.
Muitos têm culpas, mas a estagnação administrativa se deve a
Bernal. E pelo andar da carruagem, sem conseguir fazer os mais comuns dos
trabalhos diários do executivo municipal – porque todas as coisas devem ser
feitas por ele ou sob sua direta supervisão -, Campo Grande será mais e mais
penalizada.
Que a Câmara Municipal não seja um mar de ética e honradez,
que as empresas fornecedoras tenham se beneficiado de licitações com erros de
licitude, que todas as coisas justifiquem essa fobia do diálogo, a população
não merece ficar desassistida.
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