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terça-feira, 23 de julho de 2013

Política: marketing e feitiçaria

Marketing é o processo usado para determinar que produtos ou serviços poderão interessar aos consumidores, assim como a estratégia que se irá utilizar nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio.

O marketing político tem como objetivos adequar um candidato/candidata ao seu eleitorado potencial, fazê-lo conhecido do eleitorado.

P.T. Barnum, autor de The art of money getting, foi um ícone no período pós segunda Guerra, quando o marketing passou a ser representado pelo “vender a qualquer preço”, cheio de truques que faziam da arte de vender quase um espetáculo de charlatanice e que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança.

Então, já não nos assusta o PT admitir que Dilma Rousseff possa perder a eleição de 2014, contra as previsões do marqueteiro João Santana. Soou o alarme.

As avaliações petistas – e aqui o PT serve como modelo à crítica a todos os partidos, todos os candidatos, sem exceção – enfatizam que os protestos de rua geraram uma “nova situação política”. O que é, afinal, uma nova situação política? É o esgotamento total dos parâmetros suportados pela população?

Valeu o fato de reconhecerem “graves equívocos políticos na prática do PT”, e eu diria que com o agravante de vender a ideia de uma nova forma de fazer política, de vender um partido oriundo das bases populares e por estas, ser. Criou uma expectativa que não soube manter por permitir-se abrigar uma súcia de discurso fácil e moral reprovável.

A quem coube vender? Por que efetuar a venda no melhor estilo propaganda enganosa? Quantas ideologias e programas falsos compraremos ainda?

Perdeu-se o norte. Perdeu-se o pudor.

O marketing político não é a técnica ou arte de adequar um candidato ao seu eleitorado potencial, fazê-lo conhecido do eleitorado. Não mais. É vender uma imagem do inexistente, adequar o sonho e desejo do eleitor sob uma máscara sem vida, vazia em sentimentos e propósitos. Apresentar como possível, um totem protetor de toda corja de canalhas corruptos e corruptores.

Não é técnica que traduz os princípios e programas de um Partido, representados por um candidato, aos eleitores, de forma que entendam em linguagem simples suas propostas e metas. Agora é uma magia feiticeira, negra e maléfica que torna o ruim, palatável, torna belas as tentações do Diabo.

João Santana e Duda Mendonça, envolvidos até a raiz de seus cabelos no esquema do mensalão do PT, estão fora. Nizan Guanaes, marqueteiro de FHC, pendurou as chuteiras do marketing político, assim como Chico Santa Rita. Entram em cena outros ícones ou pretensos ícones: Carlos Rayel, Antônio Lavareda, Paulo Tarso Santos, Luis Gonzáles, Cila Schulmann.

A quem representam? Como profissionais, a quem os contrate. Normal. Mas o que os pobres e desconexos mortais não conseguem entender é como eles podem vender a pureza de um Paulo Maluf em uma campanha, descortinam um improvável Lulinha Paz e Amor, na outra, e conseguem emplacar uma explicação plausível para uma profunda amizade que reúne Fernando Haddad, Lula e Maluf numa terceira.


Pois é, quando já não se suporta manter em digestão os políticos que engolimos e os vomitamos, o que vemos são os marketeiros.

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