Foi realizada na tarde desta quinta-feira
(22), na sede do SISTA/MS – Sindicato dos Trabalhadores das Instituições
Federais de Ensino do Estado de Mato Grosso do Sul – o Ato de Entrega do Pedido
de Intervenção do Ministério da Educação na Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul. Representantes da comunidade universitária e parlamentares concordaram
na necessidade de investigação das ações da reitora Célia Maria Silva Correa
Oliveira, e do vice-reitor João Ricardo Filgueiras Tognini. A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e demais presentes devem levar o
documento ao Ministro Aluizio Mercadante e a Presidente Dilma Rousseff.
“O deputado Antônio Biffi (PT) se
comprometeu agendar reunião, em caráter de urgência, na Secretaria Geral da
Presidência para a entrega do documento, pois o Ministério Público Federal já
tem 78 procedimentos de investigação instaurados da atual gestão por uma série
de irregularidades e o Ministério da Educação não pode permanecer omisso, deve
intervir e apurar os fatos para uma gestão transparente nos sistemas de saúde e
educação geridos pela universidade”, explica Luiza Ribeiro.
Para Alexandre Costa, presidente do
SINTSS-MS – Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social –, a reitora deveria fazer um
favor a sociedade e pedir afastamento do cargo. “Este Ato reafirma nosso
compromisso com a universidade e a [reitora] Célia, e demais membros da
administração deveriam fazer um favor a sociedade pedindo seu afastamento
porque nós não temos dúvidas do envolvimento desta gestão nos processos
investigativos já instaurados”, comentou Costa. O vereador Curinga, membro da
CPI da Saúde da Câmara Municipal, que investiga os desvios e outros crimes no
Hospital Universitário, participou do Ato.
O documento de quase 30 páginas, lista
vários procedimentos instaurados, entre eles plágio em concurso promovido pela
UFMS; irregularidades em procedimentos cirúrgicos e pós-operatório realizados
no Hospital Universitário; quadro deficitário de professores no curso de
Ciências Contábeis da UFMS – Campus Pantanal; fraudes em pregões eletrônicos no
Hospital Universitário; possíveis prejuízos da União decorrentes da aplicação
inadequada de valores em projetos de pesquisa; possíveis desvios de verbas de
projetos do departamento de Engenharia Elétrica; terceirização irregular de
serviços pela UFMS, apontadas pela Operação Sangue Frio da Polícia Federal que
deu cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão e 4 ordens judiciais com
objetivo de apurar possíveis ocorrência de crime no serviço médico de
radioterapia prestado a paciente do SUS, envolvendo Hospital Universitário.
“A legitimidade do pedido de
intervenção, que não significa o afastamento da reitoria, pela constituição é
feito pela comunidade acadêmica e nós temos aqui garantida a assinatura dos que
representam os diversos segmentos dentro da universidade”, enfatizou Luiza
Ribeiro.
Parte dos inquéritos civis instaurados
contra a UFMS no Ministério Público Federal, já haviam sido informados ao MEC,
mesmo antes das últimas conturbadas eleições nas quais Célia Maria concorreu à
reeleição. Isso não impediu que ela fosse escolhida entre os nomes que compunham
a lista tríplice pela mesma presidente Dilma que deverá se posicionar após a
entrega dessa documentação.
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