A Lei Maria da Penha, conquista social que
possibilitou a prevenção, assistência e proteção às mulheres vítimas de
violência doméstica e familiar, além de estabelecer e fazer cumprir penas aos
agressores, completou sete anos esta semana. Nesse período, Campo Grande perdeu
a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) das Moreninhas e foi
extinto o Plantão 24 horas. "O Brasil abriu a sua
primeira delegacia da mulher em 1985, em São Paulo. Hoje existem 450 delegacias
da mulher em todo o País. Mato Grosso do Sul não
tem muito o que comemorar.
Um relatório sobre a
situação das mulheres no mundo, divulgado em 2011 pela Organização das Nações
Unidas (ONU), cita a Lei Maria da Penha, criada no Brasil para combater a
violência doméstica, como uma das pioneiras no mundo na defesa dos direitos das
mulheres.
A lei foi batizada a partir
do caso da biofarmacêutica Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica
depois de sofrer duas tentativas de assassinato por parte de seu marido, o
economista colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. O colombiano foi
preso somente em 2002, depois de vários anos de recursos na Justiça e de uma
decisão do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, instando o governo
brasileiro a tomar medidas em relação ao caso. Após passar 16 meses na
prisão, Heredia passou ao regime semiaberto. Em 2007, o colombiano ganhou
liberdade condicional.
Vereadora Luiza Ribeiro (PPS) |
Em Campo Grande, a Vereadora Luiza
Ribeiro (PPS) e organismos sociais pressionam o Governo do Estado a implantar o
plantão 24 horas na DEAM da Capital. O movimento pretende recolher 10 mil
assinaturas que estão coletadas nas ruas, nas universidades, nos terminais,
unidade de saúde e também na internet (clique aqui).
“A partir de 2007 houve entendimento,
por parte da Secretaria de Segurança Pública, em concentrar os atendimentos do
período noturno e finais de semana nas Delegacias de Pronto Atendimento
Comunitário (DEPACs), o que é um desrespeito à Lei, pois essa violência tem
suas especificidades e, medidas como estas deixam como frutos, vidas que não
voltam mais”, comenta a vereadora Luiza Ribeiro.
Dados
Levantamento da Organização
Mundial da Saúde (OMS) apontou que cerca de 70% das vítimas de assassinato, do
sexo feminino, foram mortas por seus parceiros. No Brasil, a cada 15 segundos
uma mulher é espancada, e a cada 2 horas 1 mulher é assassinada.
Ainda segundo apontamentos, há
três anos, o Brasil ocupa a 7ª posição na listagem dos países com maior número
de homicídios femininos. Outra pesquisa, realizada pelo DataSenado, informa que
muitas vítimas não denunciam os companheiros à polícia por prever que eles não
serão punidos. Ainda assim, a única forma possível de minimizar a violência é
denunciando.
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