Professora Laurinda Bento
A alfabetização é, atualmente, um assunto que
ocupa lugar central nas discussões sobre a educação escolar. Sempre foi um
grande desafio. Os educadores sentem o reflexo de uma maneira clara, quando os
alunos chegam no 3° ou 4° ano apresentando várias lacunas no desenvolvimento da
leitura e escrita.
Luiz Carlos Cagliari define bem
quando diz que “o professor não precisa de um método específico, ele faz seu
próprio método, usando sua criatividade e experiência”. Acredito na necessidade
de alfabetizar partindo do conhecimento que o aluno traz consigo, e das
variedades textuais para visualização, pois o que estrutura a alfabetização é a
leitura; a escrita é a decorrência desse conhecimento. A princípio o aluno se familiariza com os
vários tipos de texto, lê, e depois escreve. Visto dessa maneira é preciso pensar
que um novo método não resolve os problemas da alfabetização, e sim oferece à
criança a base da sustentação. Sendo assim, haverá uma alfabetização com
significado, o aluno terá condições de ler e escrever.
Os educadores, hoje encontram muitas dificuldades
para alfabetizar, pois temos um agravante vindo do passado (método tradicional
onde os alunos eram alfabetizados por meio de cartilhas, numa mera repetição),
quanto pelo presente (ampliação do conceito de alfabetização e das expectativas
da sociedade em relação a seus resultados).
Outro motivo alegado para o problema
da alfabetização escolar é a implantação de metodologias de ensino baseadas no
construtivismo e no conceito de letramento. Por esta razão defende-se a utilização
de métodos de base fônica, assim, entendemos a dificuldade da compreensão dos
educadores e pais nessa mudança educacional.
Ficaríamos muito felizes se os
problemas da alfabetização em nosso país pudessem ser resolvidos por um método
seguro e eficaz. Mas sabemos que os métodos podem excluir o aluno que não
consegue acompanhá-los, pois não interpretam as necessidades do aluno,
principalmente dos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Vendo dessa
maneira, percebe-se a necessidade de uma orientação dada por especialista da
educação aos educadores no ambiente escolar, que por vezes se sentem perdidos
nesse mar de transformações, para que eles possam localizar e, enfim, trabalhar
algumas estratégias de ensino diversificadas, apresentando situações que são
pautadas na própria vivencia da criança.
Diante desta problemática e de minha
prática pedagógica surgiram alguns questionamentos. Quais os métodos de alfabetização
são utilizados na rede pública? Todos são válidos? Que tipo de texto oferecer
aos alunos para vencer as dificuldades na alfabetização? Quanto aos alunos,
todos aprendem com o mesmo método?
Ensinar crianças a lerem, escreverem
e se expressarem de maneira competente é o grande desafio dos professores. A
alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar e, para
aprender a ler e escrever, o aluno construirá um conhecimento de natureza
conceitual, ou seja, ele deverá compreender não só o que a escrita representa,
mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem.
Ao considerarmos que a criança é um
futuro cidadão, capaz de pensar por si, nós educadores devemos dar-lhe condição
de ser autônoma, permitindo que tenha liberdade de interagir com seus colegas e
com seu professor, trocando pontos de vistas, confrontando opiniões, tomando
decisões próprias para interagir com o objeto de seu conhecimento.
A responsabilidade da escola é
garantir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o
exercício da cidadania, e a de rever as práticas de ensino.
Se pensarmos que a alfabetização se
dá ao longo do tempo, podemos perceber que esse processo não se inicia
propriamente na escola, mas é decorrente dos conhecimentos prévios que a
criança traz consigo, e que mediante o trabalho do professor no ambiente
escolar, podem ser transformados em aprendizagens sistemáticas.
2 comentários:
M.U.I.T.O B.O.M!!
Parabéns Prof. Laurinda Bento pelo belo texto e por seu ecelente trabalho!
Texto excelente, parabéns!
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