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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Alfabetizar: um grande desafio

Professora Laurinda Bento

A alfabetização é, atualmente, um assunto que ocupa lugar central nas discussões sobre a educação escolar. Sempre foi um grande desafio. Os educadores sentem o reflexo de uma maneira clara, quando os alunos chegam no 3° ou 4° ano apresentando várias lacunas no desenvolvimento da leitura e escrita.

Luiz Carlos Cagliari define bem quando diz que “o professor não precisa de um método específico, ele faz seu próprio método, usando sua criatividade e experiência”. Acredito na necessidade de alfabetizar partindo do conhecimento que o aluno traz consigo, e das variedades textuais para visualização, pois o que estrutura a alfabetização é a leitura; a escrita é a decorrência desse conhecimento.  A princípio o aluno se familiariza com os vários tipos de texto, lê, e depois escreve. Visto dessa maneira é preciso pensar que um novo método não resolve os problemas da alfabetização, e sim oferece à criança a base da sustentação. Sendo assim, haverá uma alfabetização com significado, o aluno terá condições de ler e escrever.
Os educadores, hoje encontram muitas dificuldades para alfabetizar, pois temos um agravante vindo do passado (método tradicional onde os alunos eram alfabetizados por meio de cartilhas, numa mera repetição), quanto pelo presente (ampliação do conceito de alfabetização e das expectativas da sociedade em relação a seus resultados).
Outro motivo alegado para o problema da alfabetização escolar é a implantação de metodologias de ensino baseadas no construtivismo e no conceito de letramento. Por esta razão defende-se a utilização de métodos de base fônica, assim, entendemos a dificuldade da compreensão dos educadores e pais nessa mudança educacional.
Ficaríamos muito felizes se os problemas da alfabetização em nosso país pudessem ser resolvidos por um método seguro e eficaz. Mas sabemos que os métodos podem excluir o aluno que não consegue acompanhá-los, pois não interpretam as necessidades do aluno, principalmente dos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Vendo dessa maneira, percebe-se a necessidade de uma orientação dada por especialista da educação aos educadores no ambiente escolar, que por vezes se sentem perdidos nesse mar de transformações, para que eles possam localizar e, enfim, trabalhar algumas estratégias de ensino diversificadas, apresentando situações que são pautadas na própria vivencia da criança.
Diante desta problemática e de minha prática pedagógica surgiram alguns questionamentos. Quais os métodos de alfabetização são utilizados na rede pública? Todos são válidos? Que tipo de texto oferecer aos alunos para vencer as dificuldades na alfabetização? Quanto aos alunos, todos aprendem com o mesmo método?
Ensinar crianças a lerem, escreverem e se expressarem de maneira competente é o grande desafio dos professores. A alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar e, para aprender a ler e escrever, o aluno construirá um conhecimento de natureza conceitual, ou seja, ele deverá compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem.
Ao considerarmos que a criança é um futuro cidadão, capaz de pensar por si, nós educadores devemos dar-lhe condição de ser autônoma, permitindo que tenha liberdade de interagir com seus colegas e com seu professor, trocando pontos de vistas, confrontando opiniões, tomando decisões próprias para interagir com o objeto de seu conhecimento.
A responsabilidade da escola é garantir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, e a de rever as práticas de ensino.
Se pensarmos que a alfabetização se dá ao longo do tempo, podemos perceber que esse processo não se inicia propriamente na escola, mas é decorrente dos conhecimentos prévios que a criança traz consigo, e que mediante o trabalho do professor no ambiente escolar, podem ser transformados em aprendizagens sistemáticas.

2 comentários:

Anônimo disse...

M.U.I.T.O B.O.M!!
Parabéns Prof. Laurinda Bento pelo belo texto e por seu ecelente trabalho!

Dario Martins de Oliveira disse...

Texto excelente, parabéns!