Guardiões do “politicamente correto”, patrulheiros do caráter alheio,
tudo isso se perde num profundo e vazio discurso quando a verdadeira face de um
governo, como qualquer governo, imperfeito, é exposta.
Essa a entranha de um Partido que luta em tantas frentes pelo retorno da
Censura, do Partido que se pretende único e eterno, dos que se arrogam a
primazia de serem o caminho, a verdade e
a vida. Deuses cujos saberes estão acima da capacidade de entendimento dos
mortais e que levarão a humanidade à terra prometida.
Mas tudo cai por terra quando utilizam das redes sociais para mostrar
suas reais condutas e moralidades. Bastou ser contra o que os líderes
preconizam e os monstros que habitam esses seres, afloram, surgem, ganham
espaço no mundo dos humanos.
A primeira invasão dessa corja se deu quando o presidente do Supremo
Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa se recusou a cumprimentar a
presidente e Deusa Petista (resgatada dos tortuosos caminhos do PDT) Dilma Rousseff,
durante encontro com o Papa Francisco. Bastou para que o Blog da Dilma usasse
de uma foto de um escravo sendo açoitado para fazer uma referência ao ministro.
Acesse o link aqui, caso já tenha sido retirado, segue o print-screen da
página:
Agora, a ojeriza pela opinião alheia voltou a ganhar espaço no mesmo
blog. Para ilustrar o artigo escrito por Luiz Eduardo Greenhalgh, sobre o
julgamento do mensalão, foi postado uma montagem com a foto de um macaco
sobrepondo a imagem do ministro Joaquim Barbosa e a legenda “Ainda vai
Barbosinha? kkkk”. Após cinco dias a imagem foi substituída por uma foto do
advogado com o texto “Racismo Não”
O
governo, através do porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann diz
que o único blog vinculado à presidenta Dilma Rousseff é o “Blog do Planalto”.
Forma torta de escapar da confusão. Usar o nome da presidente no “Maior Portal
da Dilma Rousseff na Internet”, conforme traz a FrontPage, é “usar o nome da
senhora deusa em vão”. Não nos venham fazer crer que este governo de plantão
não venha se aproveitando disso, não nos queiram imputar a pecha de imbecis e
nos fazer acreditar que não existe uma forma de desvincular Dilma Rousseff
desse escárnio.
Interlocutores da presidente afirmam que a relação
do Palácio do Planalto com blogs de simpatizantes do PT é delicada. Para eles,
o governo não tem como impor restrições a sites de militantes petistas que
ajudam a mobilizar as bases do partido nos períodos eleitorais.
O funcionário público Daniel Bezerra, editor
responsável do blog, disse que "Não foi racismo. É uma piada. Em
Fortaleza, onde moro, macaco é sinônimo de alegria", afirmou.
2 comentários:
No país do "racismo cordial", da "repressão legalizada" e do "genocídio democrático", nada mais comum que uma imprensa manipuladora, desviar fatos, generalizar tudo em busca de "leitores", com o discurso carregado com uma pseudo-criticidade, leva este país onde está. Na alienação, no anti-tudo e ao mesmo anti-nada, na desvinculação do que é real, na desubstancialização do sujeito, do individualismo, do fetiche e da inversão de valores, generalizar e usar fatos para produzir opiniões é fácil. Racismo é condenável, todo tipo de preconceito é absurdo, colocar o PT acima ou abaixo desta questão é hipocrisia, este partido não é o único problema do país, não inventou a corrupção, nem o neoliberalismo, só comete práticas que a sociedade comete todos os dias. O PT deve ter racistas, mas como o PT e a imprensa todos estão longe de responder ou ser porta voz do povo. Vincular a imagem do Joaquim Barbosa a um macaco é absurso, mas vincular o PT a um partido quase que fascista é tamabém cometer o mesmo erro.
Dirceu, assim você vai desbancar o pseudo jornalista -- isso só para ficar no campo profissional, aliás, profissional??? -- Arnaldo Jabor! rsrs. Em seu artigo, o 1º e o 2º parágrafos teriam tanto sentido quanto, caso as expressões "de um governo" e "de um partido" fossem substituídas por " de certa in prensa". Um jornalista é um profissional da palavra e da análise crítica. Ele perde essa condição quando deixa o ranço político e o sectarismo político, que ele critica, construir a sua palavra e embotar o seu senso crítico.
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