Beatriz Dobashi |
A ex-secretária Municipal de Saúde
de Campo Grande, entre 1998 e 2004, e ex-secretária Estadual de Saúde de Mato
Grosso do Sul, entre 2007 e 2013, Beatriz Figueiredo Dobashi, prestou
depoimento nessa segunda-feira (7) à Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde
(CPI da Saúde), que investiga irregularidades no setor de oncologia de Campo
Grande,e admitiu que cometeu o que ousou
chamar de “equívoco” na questão dos aceleradores nucleares disponibilizados
pelo Ministério da Saúde.
Questionada sobre as gravações
feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, e posteriormente
divulgadas pela imprensa, nas quais Dobashi fala com Ronaldo Queiroz,
ex-diretor do Hospital Regional, em “atrasar a instalação dos equipamentos de radioterapia
para os hospitais públicos do Estado, ou até desassinar o contrato”, diz que usou equivocadamente o termo pois
nada saiam do plano de expansão do Ministério da Saúde. E quer enganar a quem? Uma
secretária estadual de Saúde, não saber o que assinou? E quantas coisas mais
assinou (ou desassinou) sem saber?
Depois, diz: “Não sei por que o
Hospital do Câncer ficou de fora”, como ao sabia de todas os outros convênios
que assinou, e quer nos fazer acreditar que o Dr. Adalberto Siufi tentou reverter
a situação, justo ele, maior beneficiado com o sucateamento daquele setor do
Hospital do Câncer.
Questionada pelo vereador Alex do
PT sobre o investimento feito no Hospital do Câncer – que não é público –, pelo
governo do Estado, no valor de R$ 9 milhões, em detrimento do Hospital
Regional, que carecia de um setor de radioterapia, Dobashi disse que as
prioridades, à época, eram outras.
Segundo Beatriz Dobashi, “em
dezembro de 2007 fomos informados pelo então secretário municipal de Saúde,
Luiz Henrique Mandetta, que havia uma fila de espera muito grande para
radioterapia e que havia uma empresa particular, a Neorad, que podia ajudar a limpar
essa fila. O SUS não permite a contratação de serviços isolados de serviços de
oncologia, então foi sugerido que bancássemos esse serviço com recursos
próprios, pois não poderia ser feito com recursos federais. A CIB (Comissão
Intergestores Bipartite) aprovou esta sugestão e o Estado repassou o recurso
para o Município e o Município firmou o contrato com a Neorad. Inicialmente o
contrato foi firmado em caráter emergencial, mas sempre que ficávamos sem a
Neorad a fila aumentava, porque o HU ficava sem funcionar às vezes. Então
decidiu-se contratar a Neorad como terceirizada por meio da Santa Casa,
credenciando a Santa Casa, com desconto de 4% da tabela SUS.
Beatriz Dobashi negou ter ligações
pessoais com Adalberto Siufi ou José Carlos Dorsa, acreditem os leitores.
Com
informações da Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Campo Grande.
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