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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Entrevista. Cara e Coragem não bastam, é preciso profissionalismo


José Roberto Giuliani, pequeno empresário e vice-presidente da Associação das Microempresas de Mato Grosso do Sul (AMEMS), visita a redação do Jornal Liberdade para uma entrevista em que destaca a importância da Associação para que os empreendedores possam enfrentar os novos tempos, desafios e mercados, crescendo em suas atividades e preparados para essa época de mudanças econômicas.



jornalista Martins: Vamos falar sobre a história da Associação.

Giuliani: A Associação completa agora 29 anos, com aproximadamente 160 associados. Ela teve seu crescimento sedimentado, apesar de estarmos fazendo um trabalho “formiguinha”, a partir dos dez últimos anos.  Foi a partir daí que a Associação passou a ter maior volume, criar um corpo. O Sebrae tem nos dedicado um apoio fundamental.

Martins: O apoio do Sebrae vem desde quando?

Giuliani: Desde o início da Associação, inclusive o nosso presidente, João Ramos Martins, é praticamente um dos Conselheiros pioneiros do Sebrae-MS.

Martins: O que falta para que a AMEMS consiga associar a maior parte dos micro e pequenos empresários do Mato Grosso do Sul?

Giuliani: Nós temos um plano de trabalho a ser implantado a partir de janeiro de 2014, que objetiva levar a Associação para os bairros, facilitando o acesso destes empresários, seja através de Associações de Bairros, ou outras entidades, e que eles possam ter conhecimento dos benefícios que a Associação pode lhes fornecer.

Martins: Quais benefícios?

Giuliani: Assessoria Fiscal e Tributária. Estamos implantando um apoio jurídico. A AMEMS foi um tanto tímida, mas essa nova diretoria tem colocado pessoas para contatarem esses empresários, apresentar-nos a eles. Esse plano para 2014 visa o crescimento da AMEMS, não só em termos de atendimento, mas também firmar convênios com entidades comerciais, médicos e odontológicos, seguradoras etc.

Martins: É uma posição desde sempre da Associação?

Giuliani: Eu pertenço aos quadros há dez anos, e nesse período pude acompanhar o esforço e empenho das diretorias em prol do crescimento da Associação e dos associados. Esse trabalho nos permite, hoje, agregarmos os profissionais que têm vindo para nossos quadros. Estamos diversificando, atraindo diversos novos segmentos.

A ideia é fortalecer a Associação a médio prazo. O Microempreendedor precisa de uma assessoria.

 Martins: Nos últimos aos percebemos que até em nível de governos, o microempreendedor deixou de ser o “patinho feio” e passou a ser o “cisne”. Isso auxilia em novas filiações?

Giuliani: Facilitou, tanto que a partir do MEI, muitos informais se tornaram microempreendedores para ter o CNPJ, abrir contas bancárias, conseguir financiamentos etc. Houve melhoras, mas podemos e devemos lutar para conseguir muito mais, por exemplo, mais benefícios fiscais. O governo Federal avançou muito, mas ainda existem barreiras nas legislações estaduais e municipais, em todo o país.

Martins: Qual o grau de importância do microempresário em Mato Grosso do Sul?

Giuliani: Ele mudou as características econômicas do estado. Gera empregos, movimenta a economia. Hoje eu vejo nosso estado como a “bola da vez”, nosso crescimento em todos os segmentos abrem imensas oportunidades para pequenos empreendedores.

Martins: O pequeno e médio empresário já se conscientizou da importância da profissionalização? Deixou de enxergar investimentos como custos?

Giuliani: Hoje a mentalidade já é diferente, antes de se aventurar o empresário tem se calçado de informações de mercado e busca apoio de entidades como a Associação e o Sebrae. “Cara e coragem” ele sabe que já basta.

O presidente de nossa Associação tem imensa capacidade e experiência, e se mais não foi conseguido é porque uma andorinha não faz verão. Estamos agora com uma diretoria focada em desenvolver projetos que atraiam os empreendedores.

Martins: Mais do que um grupo de trabalho, podemos dizer que é um grupo de combate?

Giuliani: Um grupo de trabalho e o trabalho exige o combate.

Martins: Você acredita que esses núcleos de bairros, é uma grande aposta?

Giuliani: eu acho que é. Porque as empresas perderão o medo de ir a uma associação, porque você vai até ele, conversa com um grupo de empreendedores com o mesmo objetivo, que é crescer. Dificilmente o empresário vem até você. Então você apresenta a AMEMS e o que ela pode proporcionar, os benefícios. Também o fato de se conhecerem e trocarem experiências. Existem empresas numa mesma rua, vizinhas até, em que os donos não se conhecem, não sabem qual o trabalho que cada um deles desenvolve. E por vezes, poderiam estar trabalhando em conjunto, formarem uma parceria. É necessário que você apresente a Associação e diga quais benefícios ela oferece.

Martins: Também facilitaria trazer os polos de comércio que existem na cidade e que se autossustentam? Por exemplo, Moreninhas, Aero Rancho, Coophavilla...

Giuliani: Eu parto do princípio que a tendência é descentralizar. É a melhor forma e fórmula. Estes bairros vivem sozinhos. E a tendência é que se coloquem ali agências bancárias, talvez cartórios, correios...

Martins: E empresários já têm vindo com essa visão e a prova disso é a disseminação de Shoppings, como o Norte, o Ypê e provavelmente o que deve ser construído na Moreninhas...

Giuliani: É isso, concordo com você.

Martins: E o empresário mudou a sua visão de que estes investimentos são “custos”?

Giuliani: Existe essa visão, vou para a associação tenho que pagar mensalidade, no Sebrae eu tenho que fazer cursos... Então, um dos grandes motivos de nosso projeto de ir aos bairros é o de esclarecer que isso é um investimento. Vamos levar profissionais de bancos, de consultorias, empresas para que deem palestras, que são sempre muito importantes porque feitas por especialistas nas diversas áreas. Mostrar ao empresário que ele não vai ter custo, mesmo porque o valor investido retorna em crescimento de lucros seja pelo aumento de sua capacidade seja por economia nos seus custos. É útil para o empresário e para seus funcionários.

Martins: Não pensar e agir nestas novas bases é decretar o fim?

Giuliani: A pergunta: por que vou me aperfeiçoar ou aos meus funcionários, se eu estou bem? Não, ele não está bem, ele está acomodado. Bem ele ficaria se proporcionasse os cursos, o aperfeiçoamento. Infelizmente ainda existe quem aposte na empresa tipo “de família”, que não acompanha as evoluções do mercado, mas estão fadados ao insucesso, declínio e encerramento.

Queremos que o empreendedor tenha uma capacidade maior do que tem hoje, e que cresça de forma sólida, alicerçado em bases sólidas. E que possa contar com a AMEMS, bem como com o Sebrae, que tem sido nosso parceiro.

AMEMS

Associação das Microempresas de Mato Grosso do Sul

Rua Dom Aquino, 1896 – fone: (67) 3325-7820 / Fax: 3382-2109

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