José Roberto
Giuliani, pequeno empresário e vice-presidente da Associação das Microempresas
de Mato Grosso do Sul (AMEMS), visita a redação do Jornal Liberdade para uma
entrevista em que destaca a importância da Associação para que os
empreendedores possam enfrentar os novos tempos, desafios e mercados, crescendo
em suas atividades e preparados para essa época de mudanças econômicas.
jornalista Martins: Vamos
falar sobre a história da Associação.
Giuliani: A
Associação completa agora 29 anos, com aproximadamente 160 associados. Ela teve
seu crescimento sedimentado, apesar de estarmos fazendo um trabalho
“formiguinha”, a partir dos dez últimos anos.
Foi a partir daí que a Associação passou a ter maior volume, criar um
corpo. O Sebrae tem nos dedicado um apoio fundamental.
Martins: O apoio do
Sebrae vem desde quando?
Giuliani: Desde o
início da Associação, inclusive o nosso presidente, João Ramos Martins, é praticamente
um dos Conselheiros pioneiros do Sebrae-MS.
Martins: O que falta para que a AMEMS consiga associar a maior parte
dos micro e pequenos empresários do Mato Grosso do Sul?
Giuliani: Nós temos um plano de trabalho a ser implantado a partir
de janeiro de 2014, que objetiva levar a Associação para os bairros,
facilitando o acesso destes empresários, seja através de Associações de
Bairros, ou outras entidades, e que eles possam ter conhecimento dos benefícios
que a Associação pode lhes fornecer.
Martins: Quais benefícios?
Giuliani: Assessoria
Fiscal e Tributária. Estamos implantando um apoio jurídico. A AMEMS foi um
tanto tímida, mas essa nova diretoria tem colocado pessoas para contatarem
esses empresários, apresentar-nos a eles. Esse plano para 2014 visa o crescimento
da AMEMS, não só em termos de atendimento, mas também firmar convênios com
entidades comerciais, médicos e odontológicos, seguradoras etc.
Martins: É uma
posição desde sempre da Associação?
Giuliani: Eu
pertenço aos quadros há dez anos, e nesse período pude acompanhar o esforço e
empenho das diretorias em prol do crescimento da Associação e dos associados.
Esse trabalho nos permite, hoje, agregarmos os profissionais que têm vindo para
nossos quadros. Estamos diversificando, atraindo diversos novos segmentos.
A ideia é fortalecer a Associação a médio prazo. O
Microempreendedor precisa de uma assessoria.
Martins: Nos últimos aos percebemos que até em nível de governos, o
microempreendedor deixou de ser o “patinho feio” e passou a ser o “cisne”. Isso
auxilia em novas filiações?
Giuliani:
Facilitou, tanto que a partir do MEI, muitos informais se tornaram
microempreendedores para ter o CNPJ, abrir contas bancárias, conseguir
financiamentos etc. Houve melhoras, mas podemos e devemos lutar para conseguir
muito mais, por exemplo, mais benefícios fiscais. O governo Federal avançou muito,
mas ainda existem barreiras nas legislações estaduais e municipais, em todo o
país.
Martins: Qual o grau
de importância do microempresário em Mato Grosso do Sul?
Giuliani: Ele
mudou as características econômicas do estado. Gera empregos, movimenta a
economia. Hoje eu vejo nosso estado como a “bola da vez”, nosso crescimento em
todos os segmentos abrem imensas oportunidades para pequenos empreendedores.
Martins: O pequeno e
médio empresário já se conscientizou da importância da profissionalização?
Deixou de enxergar investimentos como custos?
Giuliani: Hoje a
mentalidade já é diferente, antes de se aventurar o empresário tem se calçado
de informações de mercado e busca apoio de entidades como a Associação e o
Sebrae. “Cara e coragem” ele sabe que já basta.
O presidente de nossa Associação tem imensa capacidade e
experiência, e se mais não foi conseguido é porque uma andorinha não faz verão.
Estamos agora com uma diretoria focada em desenvolver projetos que atraiam os
empreendedores.
Martins: Mais do que
um grupo de trabalho, podemos dizer que é um grupo de combate?
Giuliani: Um
grupo de trabalho e o trabalho exige o combate.
Martins: Você
acredita que esses núcleos de bairros, é uma grande aposta?
Giuliani: eu acho
que é. Porque as empresas perderão o medo de ir a uma associação, porque você
vai até ele, conversa com um grupo de empreendedores com o mesmo objetivo, que
é crescer. Dificilmente o empresário vem até você. Então você apresenta a AMEMS
e o que ela pode proporcionar, os benefícios. Também o fato de se conhecerem e
trocarem experiências. Existem empresas numa mesma rua, vizinhas até, em que os
donos não se conhecem, não sabem qual o trabalho que cada um deles desenvolve.
E por vezes, poderiam estar trabalhando em conjunto, formarem uma parceria. É
necessário que você apresente a Associação e diga quais benefícios ela oferece.
Martins: Também
facilitaria trazer os polos de comércio que existem na cidade e que se
autossustentam? Por exemplo, Moreninhas, Aero Rancho, Coophavilla...
Giuliani: Eu
parto do princípio que a tendência é descentralizar. É a melhor forma e
fórmula. Estes bairros vivem sozinhos. E a tendência é que se coloquem ali
agências bancárias, talvez cartórios, correios...
Martins: E
empresários já têm vindo com essa visão e a prova disso é a disseminação de
Shoppings, como o Norte, o Ypê e provavelmente o que deve ser construído na
Moreninhas...
Giuliani: É isso,
concordo com você.
Martins: E o
empresário mudou a sua visão de que estes investimentos são “custos”?
Giuliani: Existe
essa visão, vou para a associação tenho que pagar mensalidade, no Sebrae eu
tenho que fazer cursos... Então, um dos grandes motivos de nosso projeto de ir
aos bairros é o de esclarecer que isso é um investimento. Vamos levar profissionais
de bancos, de consultorias, empresas para que deem palestras, que são sempre
muito importantes porque feitas por especialistas nas diversas áreas. Mostrar
ao empresário que ele não vai ter custo, mesmo porque o valor investido retorna
em crescimento de lucros seja pelo aumento de sua capacidade seja por economia
nos seus custos. É útil para o empresário e para seus funcionários.
Martins: Não pensar e
agir nestas novas bases é decretar o fim?
Giuliani: A
pergunta: por que vou me aperfeiçoar ou aos meus funcionários, se eu estou bem?
Não, ele não está bem, ele está acomodado. Bem ele ficaria se proporcionasse os
cursos, o aperfeiçoamento. Infelizmente ainda existe quem aposte na empresa
tipo “de família”, que não acompanha as evoluções do mercado, mas estão fadados
ao insucesso, declínio e encerramento.
Queremos que o empreendedor tenha uma capacidade maior do
que tem hoje, e que cresça de forma sólida, alicerçado em bases sólidas. E que
possa contar com a AMEMS, bem como com o Sebrae, que tem sido nosso parceiro.
AMEMS
Associação das Microempresas de Mato Grosso do Sul
Rua Dom Aquino, 1896 – fone: (67) 3325-7820 / Fax: 3382-2109
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