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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ficar impune, disso Puccinelli entende

O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) respondeu de forma lacônica quando questionado sobre a sessão da Câmara Municipal de Campo Grande que decidirá sobre a abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Alcides Bernal (PP): “Investigar não significa cassar”.

Negando qualquer interferência sobre a bancada dos partidos que domina, não deixou de “cutucar” o prefeito, afirmando que “ele tem mania de perseguição”, mas que não se preocupe, pois ele mesmo já foi investigado por diversas vezes e a falta de provas sobre irregularidades é sua melhor defesa.

O governador apenas deixou de mencionar que, assim como acontece na Câmara Municipal de Campo Grande, também a Assembleia Legislativa é dominada por políticos ligados à ele, diferente do caso do prefeito que, por contingências da própria democracia e sua incompetência em articular apoios, conta com apenas nove fiéis escudeiros entre 29 vereadores.

Benção para investigação

Em dezembro de 2011, André garantiu em tom impositivo, que “autorizaria” a Assembleia a conceder permissão ao Superior Tribunal de Justiça para investigá-lo. Permitiu, pois a autorização era para investigar e não para processar. Diferente da situação de Bernal em relação à Câmara.

Em 2010 o Ministério Público Federal (MPF) chegou a recomendar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a primeira dama Beth Puccinelli fosse investigada na denúncia contra o casal por enriquecimento ilícito e até lavagem de dinheiro, André escapou porque, na época, os deputados não autorizaram a investigação.

Em 2012, a Assembleia Legislativa intimou o governador para se defender das denúncias referentes às ações penas 664 e 665, que corriam no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As ações penais relatadas pela ministra do STJ, Nancy Andrighi, contra o governador André Puccinelli, tratava da possível doação ilegal de um terreno quando ele ainda era prefeito de Campo Grande (MS) e sobre a privatização dos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto do município entre os anos de 2000 e 2004. 

E Bernal?

Defensores e opositores da atual administração da Capital deveriam permitir que a Câmara leve a termo a Comissão Processante. Muitos dos atos do prefeito precisam ser esclarecidos e o que mais daria visibilidade a estes atos seria uma investigação pelo poder legislativo, com ampla cobertura pela imprensa.

Caso provada ilicitude da administração, que se puna; caso comprovada a inocência, que se expliquem os vereadores que vêm mantendo estagnados os trabalhos que carecem serem desenvolvidos em prol da população, apenas por um jogo político de quem se viu alijado das benesses do grupo que detinha o poder e do qual muitos deles faziam parte.



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