O governador
do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) respondeu de forma lacônica
quando questionado sobre a sessão da Câmara Municipal de Campo Grande que decidirá
sobre a abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Alcides Bernal
(PP): “Investigar não significa cassar”.
Negando
qualquer interferência sobre a bancada dos partidos que domina, não deixou de “cutucar”
o prefeito, afirmando que “ele tem mania de perseguição”, mas que não se
preocupe, pois ele mesmo já foi investigado por diversas vezes e a falta de
provas sobre irregularidades é sua melhor defesa.
O
governador apenas deixou de mencionar que, assim como acontece na Câmara
Municipal de Campo Grande, também a Assembleia Legislativa é dominada por
políticos ligados à ele, diferente do caso do prefeito que, por contingências
da própria democracia e sua incompetência em articular apoios, conta com apenas
nove fiéis escudeiros entre 29 vereadores.
Benção para investigação
Em
dezembro de 2011, André garantiu em tom impositivo, que “autorizaria” a Assembleia
a conceder permissão ao Superior Tribunal de Justiça para investigá-lo.
Permitiu, pois a autorização era para investigar e não para processar.
Diferente da situação de Bernal em relação à Câmara.
Em 2010
o Ministério Público Federal (MPF) chegou a recomendar ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que a primeira dama Beth Puccinelli fosse investigada na denúncia
contra o casal por enriquecimento ilícito e até lavagem de dinheiro, André escapou
porque, na época, os deputados não autorizaram a investigação.
Em
2012, a Assembleia Legislativa intimou o governador para se defender das
denúncias referentes às ações penas 664 e 665, que corriam no Superior Tribunal
de Justiça (STJ). As ações penais relatadas pela ministra
do STJ, Nancy Andrighi, contra o governador André Puccinelli, tratava da
possível doação ilegal de um terreno quando ele ainda era prefeito de Campo
Grande (MS) e sobre a privatização dos serviços de distribuição de água e
coleta e tratamento de esgoto do município entre os anos de 2000 e 2004.
E Bernal?
Defensores
e opositores da atual administração da Capital deveriam permitir que a Câmara
leve a termo a Comissão Processante. Muitos dos atos do prefeito precisam ser
esclarecidos e o que mais daria visibilidade a estes atos seria uma
investigação pelo poder legislativo, com ampla cobertura pela imprensa.
Caso
provada ilicitude da administração, que se puna; caso comprovada a inocência,
que se expliquem os vereadores que vêm mantendo estagnados os trabalhos que
carecem serem desenvolvidos em prol da população, apenas por um jogo político
de quem se viu alijado das benesses do grupo que detinha o poder e do qual
muitos deles faziam parte.
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