Loading

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Show de Horrores

Não bastou à Câmara Municipal de Campo Grande haver presenteado a população de Campo Grande com uma Ópera Bufa que se arrastou até se transformar em um Dramalhão Mexicano escrito a quatro mãos pelos dois vilões sem caráter e tendo por atores e corpo técnico, profissionais contratados e bem pagos para que não fujam do script, agora também querem esquartejar e expor as vísceras do prefeito num espetáculo escatológico.


Um buraco, se não para fugir,

ao menos para enfiar a cabeça



Duas derrotas seguidas para a Justiça, este o saldo das ofensivas da Câmara Municipal de Campo Grande contra o prefeito Alcides Bernal. Se antes criticávamos Bernal acusando-o (não sem justiça) de teimosia, agora a carapuça cabe perfeitamente aos vereadores que tentam desesperadamente colocar o vice, Gilmar Olarte em seu lugar antes que fique impossível conter a exposição das diversas falhas – para falar o mínimo – do antigo governo da dinastia Trad, alicerçada e ensandecidamente apoiada por grande parte dos vereadores da atual legislatura.

Estava evidente que negociações diplomáticas mesmo que não acabassem com a guerra, manteria vivos os entrincheirados que não têm mais terreno a conquistar e não pretendem deixar o campo de forma humilhante, com um possível recuo obrigatório. Obedecendo cegamente o Estado Maior que não será jamais ferido em combate, para não perderem os anéis, arriscam os próprios dedos.


A segunda grande derrota da Comissão Processante aconteceu quando o procurador jurídico Fernando Pineis pediu prazo maior para conceder parecer sobre o pedido de afastamento do prefeito, sob a alegação de que “Este é um caso diferenciado, que exige um estudo profundo, porque isso nunca aconteceu numa Capital. Há muita divergência de jurisprudência e precisamos avaliar melhor o assunto para trazer algo mais conclusivo. Temos que trabalhar de forma segura, para chegar a uma decisão responsável”, afirmou o Procurador.

O relator da Comissão Processante, Flavio Cesar (PTdoB) alegava que o  prefeito Alcides Bernal (PP) deveria ser afastado do cargo para não atrapalhar as investigações. No entanto, ninguém conseguia explicar os reais motivos para o afastamento e quão grande era o temor de interferência. Diziam que Bernal buscava formas de trazer parte dos vereadores para sua base de apoio. Mas, estranho que os vereadores não entendam este ato como parte inconteste da Democracia.

Ademais, tirar Bernal por considerá-lo parte interessada e possível de interferência nos trabalhos da Comissão e colocar Gilmar Olarte, também ele que passaria a ser parte interessada, neste caso na cassação do prefeito eleito, e também ele podendo interferir nos trabalhos da Comissão só cabe na lógica patética do PTdoB, conhecido como time B do PMDB.
E, para quem entendeu que houve omissão no texto acima, por iniciar citando a “segunda” grande derrota, acreditamos que fica claro e patente que a primeira grande derrota é ter-se formado uma Comissão Processante ancorados na denúncia de Luiz Pedro Gomes Guimarães e Raimundo Nonato de Carvalho flagrado em gravações muito suspeitas – para quem ainda lhe dava crédito – e ainda não explicadas.
Trapalhadas e a pá de cal
Na quarta-feira (20), o desembargador Hildebrando Coelho Neto, com um parágrafo de fundamentação e baseado na teoria do princípio do Devido Processo Legal, decidiu a favor de Alcides Bernal, pela suspensão da comissão. Poucas horas depois, no começo da madrugada da quinta-feira (21), o desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva – elevado a juiz pelo quinto constitucional durante a gestão do atual deputado federal Fábio Trad (PMDB) na presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul –, cassou a tutela antecipada que determinava a suspensão dos trabalhos.
Desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, que cassou a tutela antecipada que determinava a suspensão dos trabalhos da Comissão Processante na madrugada do dia 21.
Nomeado pelo governador André Puccinelli na vaga destinada ao quinto constitucional durante a gestão do atual deputado federal Fábio Trad (PMDB) na presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul.

O recurso impetrado pelo advogado e desembargador aposentado, Jesus de Oliveira Sobrinho, alegava que os vereadores, Paulo Siufi (PMDB), Elizeu Dionízio (SDD), Otávio Trad (PTdoB) e Chiquinho Telles (PSD), que haviam integrado a CPI da Inadimplência, seriam os reais artífices do procedimento de cassação e não Luiz Pedro Guimarães e Raimundo Nonato, estando portanto impedidos de ter votado a favor da criação da Comissão Processante.
Na tarde da sexta-feira (22) e após a Câmara de Campo Grande enviar convite para credenciamento da imprensa, com “prioridade aos veículos que vem cobrindo constantemente as audiências da Comissão”, em claro detrimento dos semanários, uma nova decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu os trabalhos da Comissão Processante.

O desembargador João Maria Lós revogou a liminar concedida pelo desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, retomando decisão anterior do desembargador Hildebrando Coelho Neto, que acatara o pedido do prefeito Alcides Bernal de suspender a investigação até o julgamento do mérito pela 1ª Câmara Cível. Bernal, que se diz vítima de um golpe, não precisará depor na segunda-feira.

Retomamos uma briga que movimenta as redes sociais, toma os espaços dos noticiários e impede que ações plenas e efetivas se tomem em favor do município e sua população. Agora, novos soldados parecem ter sido convocados para substituir os alquebrados do pelotão peemedebista, e chegam disparando para todos os lados, sem lógica, sem noção. O mais recente suboficial oriundo das academias e sem traquejo de batalha é o deputado federal Fábio Trad que usa de forma leviana e desclassificada a rede social para atacar a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), como se isso fosse purificar os pecados cometidos pelo irmão Nelsinho. Nem isso, nem impedir que, mais cedo ou mais tarde, sua administração ocupe o banco dos réus.

Campo Grande ataca o que de melhor as lastimáveis eleições passadas produziu. O ataque ofensivo e baixo aponta para a sordidez que a corrupção chegou.
Vereadora Luiza Ribeiro
E assim caminha nossa política. Nelsinho desacreditado, André Puccinelli lutando pelo fim da Dinastia Trad, Alcides Bernal lutando contra suas próprias imperfeições e neuroses, Pedro Chaves e Santini buscando conseguir indicar secretários competentes para todas as áreas enquanto busca uma aproximação com vereadores que pensam abandonar o navio antes que seja tarde. E a Câmara, próxima do fundo do poço e cavando, porque sabe que outro lugar não tem para ir, mesmo porque os anteriores presidentes, entre os quais Edil Albuquerque e Paulo Siufi, durante a administração Nelson Trad Filho, levaram a Casa do Legislativo a forçosamente abandonar o edifício por ordem de despejo... ou será que a culpa também é da atual administração?

Nenhum comentário: