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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Olarte pode fazer a Capital perder os Ceinfs que estão em construção e reforma


Ceinf Bairro Zé Pereira. Foto: Dirceu Martins.













Não se sabe bem quais são as prioridades do prefeito da Capital, Gilmar Olarte, mas seguramente educação não é. Em função de haver falido Campo Grande sem haver feito uma única obra relevante, alega não ter verbas e mantém construções de Ceinfs paradas


O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP) trabalhou intensamente para a aprovação do IPTU em 18%, aceitou os 12,58% conquistados pela base aliada responsável pela sua elevação ao cargo de prefeito, muito acima do índice de 6,62% que deveria corrigir os valores dos imóveis. Também aprovou, graças aos vereadores, aumento do reajuste do preço do transporte coletivo urbano de R$ 2,70 para R$ 3,00 sem a contrapartida de melhoria da qualidade dos serviços.

Sem qualquer obra em execução ou projeto, e ainda com várias obras paradas além de outras questionáveis, como o Centro Municipal Pediátrico, feito à revelia da Lei que exige a aprovação do Conselho Municipal de Saúde, Olarte alega que os cofres públicos estão esvaziados, ainda que não preste contas à população, e tendo a conivência de sua base de apoio na Câmara de Vereadores.

Ao prefeito, que tem feito constantes viagens à Brasília na tentativa de conquistar o comando do Partido para si, ou para seu secretário e um dos mais próximos auxiliares, Cesar Afonso, talvez falte tempo para cobrar de seus secretários, muitos deles ex-auxiliares do governo Nelson Trad Filho (PMDB) – reprovado nas urnas por duas vezes: quando da eleição de Alcides Bernal para a prefeitura e pela terceira posição conseguida pelo ex-prefeito em sua pretensão de conquistar o Governo do Estado –, ou indicações dos vereadores que cassaram Bernal, para buscar recursos necessários, por exemplo, para cumprir a Lei que exige o pagamento da última parcela de 8,46% de reajuste dos professores.

Riscos
A prefeitura de Campo Grande foi notificada pelo coordenador geral de implementação e monitoramento de projetos Educacionais do Ministério da Educação, Fábio Lúcio de Almeida Cardoso, sobre sete obras que estão há mais de 45 dias sem atualização/inserção de vistoria, que podem ocasionar o bloqueio dos recursos ou de “futuros repasses financeiros ou cancelamento do Termo de Compromisso/Convênio”, além de duas obras que se encontram paralisadas de extrema importância para a comunidade”.

As notificações para obras que há mais de 45 estão sem atualização/inserção de vistoria foram emitidas em 3 de novembro para a obra (23267), Jardim Inápolis; 4 de novembro para as obras (23266) Popular, (26276) João Nepomuceno; 9 de novembro, as obras (23264) Jardim Moema, (23269) Zé Pereira, e (23270) Jardim Anache; e no dia 10 de novembro para a obra (18933) Jardim Noroeste. Algumas dessas obras são relativas à construção de novos Ceinfs, outras são reformas ou ampliações.

Além dessas, duas outras obras sob a responsabilidade do governo Estadual se encontram paradas e foram notificadas em 31 de outubro para a obra (31132) da E.E. Profa. Fausta Garcia Bueno e, em 4 de novembro para a obra (23395) 701056/11 da E.E. Profa. Alice Nunes Zampiere de ampliação e reforma.

Estivemos nas obras do Ceinf do Bairro Zé Pereira, e pudemos constatar o estado de abandono do pátio de obras, onde apenas um funcionário da empresa contratada fazia a guarda do local.

Mudanças?
Na sexta-feira (14), Kátia Maria Morais de Castilho, foi exonerada da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha) e, para seu posto, foi convocado o secretário municipal de Administração e braço direito de Olarte, Valtemir Brito (Caco). Kátia teria solicitado sua exoneração em função de não estar confortável em administrar uma pasta de obras sem verbas.

Motivos
Talvez já tenha passado o momento do atual prefeito apresentar as contas da Prefeitura da Capital. Em recente entrevista, questionado sobre as condições em que entregou a prefeitura, o ex-prefeito Alcides Bernal garantiu: “Nós deixamos mais de R$ 600 milhões em caixa, mais de R$ 700 milhões contratados com o governo Federal, deixamos salários pagos em dia, sempre pagamos no primeiro dia do mês. Tínhamos saúde financeira. Eram cerca de 400 comissionados. Demos aumento para os administrativos, algo em torno de 18%. O que ele fez? Colocou R$ 12 milhões mensais de comissionados, R$ 18 milhões em contratados. Tem gente que recebe e não trabalha, sequer frequenta. A Câmara Municipal tem conhecimento, é publicado em Diário Oficial.”

Justiças
Resta saber qual tipo de justiça será aplicada aos desmandos administrativos de Gilmar Olarte. A Câmara de Vereadores, responsável direta por sua nomeação, parece não pretender cumprir sua função de fiscalização; a Justiça, propriamente dita, prefere entender que o reajuste aos professores não deve ser pago pelo fato de a Prefeitura não ter condições financeiras de arcar com estes custos, sem em nenhum momento questionar os motivos que levaram à bancarrota do erário.

Olarte disse ainda nesta sexta-feira, durante reunião na Câmara dos Vereadores, que antes de fazer nomeações ele fez a exoneração do quadro de servidores, portanto não houve aumento substancial na folha de pagamentos. Não se entende os motivos para contratar servidores “com reconhecida competência em administração pública” se não há o que administrar, conforme ficou comprovado com a Seintrha.

Ceinfs



O que se tem, por hora, é a comprovação por documentos, dos riscos de que o município venha a perder recursos que já estão destinados aos diversos Ceinfs em construção. Conforme os avisos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio da Diretoria de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais (Digap) e da Coordenação Geral de Implementação e Monitoramento de Projetos Educacionais (CGIMP):

“A ausência de informações atualizadas no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) poderá ocasionar o bloqueio dos recursos ou de futuros repasses financeiros, atraso na aquisição dos equipamentos e mobiliários ou ainda o cancelamento do Termo de Compromisso/Convênio com o envio para Tomada de Contas Especiais.”




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