O
brasileiro é tão passional na política quanto é no futebol.
Governos desastrosos, seja em nível municipal, estadual ou federal,
tendem a eleger o sucessor de orientação oposta.
O
grande cabo eleitoral que ressuscitou o ex-presidente Jânio Quadros
para a política foi o desastroso governo de Luiza Erundina (então
PT e hoje no PSB) na cidade de São Paulo. Entre Jânio, histriônico
representante da direita e Fernando Henrique Cardoso, ponderado
candidato de centro-esquerda, a população optou pela mudança
radical. Hoje, mais que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff
(PT) o país vê crescer um perigoso saudosismo da Ditadura
militarista.
Efetivamente,
não corremos esse risco, pois ao contrário das hostes petistas,
todos os outros setores da sociedade e da política evoluíram,
talvez mais ainda os militares. A questão é que, a falta de
movimentação golpista na caserna, sinal de vitória da força da
razão, pode ser entendida como marasmo, por estes 'saudosistas sem
razão'. Dai para a eleição de um representante dos golpistas
ressentidos com viés de ditadores das bananas, vai um pulo.
Candidatos que se sobressaem no Congresso, não faltam.
Erundina
trouxe teóricos para seu secretariado, mas nenhum tinha experiência
administrativa. Formou o caos no transporte público inchando os
setores administrativos de uma estatal CMTC (Companhia Municipal de
Transportes Coletivos), que chegou a ter 4 funcionários
administrativos para cada veículo em uso; permitiu e incentivou a
ocupação das áreas da represa Billings, vejam no que deu; e tantas
outras sandices propiciadas pela musa filosófico-petista Marilena
Chaui. “Tantas você fez que ela cansou” Jânio venceu com um
discurso direitista e retrógrado.
E
Dilma Rousseff, uma presidente que deve ser sempre grafada em textos
jornalísticos seguida da indicação do partido a que pertence,
porque governa para ele, indiscutível e temerariamente, quais riscos
nos traz? Basta acompanhar as postagens em redes sociais e os
diversos movimentos pedindo o retorno dos militares para que se
aquilate os resultados temerários de seu desastroso desgoverno.
E,
antes que questionem os motivos da vitória de Dilma sobre o
candidato Aécio Neves (PSDB), sempre é bom lembrar que foram
embates das forças que governaram o país e, os demais candidatos
não tinham projeção nacional, exceto Marina Silva, perdida entre
suas próprias contradições, cujo futuro era incerto entre um PSB
que não a queria e um Rede que não consegue viabilizar.
O
que dizer, agora, que o governo se esfacela, sufocado em seus
próprios desvios éticos e sob uma avalanche de denúncias? Qual
sentimento nesse mar de passionalidade do eleitor ele irá despertar?
Para onde será direcionado seu voto? Essas são as verdadeiras
questões que devem ser pensadas pela classe política. A única
certeza que se tem é de que o PMDB estará com o novo governo,
quaisquer que sejam as cores que ele carregue.
O
PMDB já articula uma megaprodução em seu horário eleitoral,
desenvolvida de tal forma que deixe claro que os únicos segmentos
que funcionam no país são os que ele administra, se isentando e
jogando um tanto de gasolina na fogueira que queima a estrela
vermelha.
Resta
aguardar os próximos acontecimentos, ver no que dá a manifestação
cívica marcada para março, como se portará, o quanto será
destruída pela infiltração de vândalos, o quanto será respeitada
a diferença de opiniões.
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