Durante
esses dias toda a mídia e a classe política está com seus olhos,
ouvidos e sentidos voltados para a refrega entre o presidente do
Progressistas (ex-PP) e deputado e vereadores e deputado eleitos,
pelo partido.
Mas,
afinal, o que acontece? Alcides Bernal pode ser intransigente, mas
louco não é. Nenhum louco assumiria um partido político quebrado,
uma sigla antes sem nenhuma expressão no estado e conseguir eleger
vereadores na Capital e deputados estaduais. Nem conseguiria o
contingente de votos que consegue.
Talvez,
até. Não é buscando desculpas, sequer querendo defender o
indefensável, mas na procura de explicações plausíveis, qualquer
cidadão sul-mato-grossense acompanhou as discrepâncias da política
campo-grandense
Bernal foi vítima
de um golpe bem articulado e bem pago. Vereadores, alguns sequer
reeleitos, participaram disso. O então presidente da Câmara de
Vereadores correu feio depois de investigado, preso, solto,
escrachado. Outros vereadores sob investigação. O vice-prefeito
investigado, preso e algemado a uma tornozeleira… E dai vai.
Os articuladores e
financiadores sob investigação, sendo que o atual senador da
República e ex-prefeito está com os bens bloqueados, seu maninho
caçula, querido, numa gestão suspeita, sem conseguir conter
epidemias, sem conseguir tapar buracos das vias, com a periferia
abandonada e não conseguir tocar um projeto sequer sem, em dois anos
articular uma licitação para kits escolares quando tanto denunciou
e criticou a administração Bernal… Serão esses.
Em tão pouco tempo,
Bernal reassumiu o comando da Capital, sem provimento sequer do 13º
dos servidores no mês de agosto. Sem dinheiro, com uma epidemia de
Dengue às portas, a cidade entregue aos buracos nas suas vias, o
transporte com tarifas acima de qualquer previsão. Bem, controlou a
epidemia, conseguiu manter os pagamentos dos proventos dos servidores
em dia, reduziu o preço dos transportes - ainda que não conseguisse
romper o monopólio nefasto do consórcio Guaicurus. Negociou com
professores e servidores da rede municipal, impedindo greves;
valorizou os profissionais da saúde, manteve médicos – que foram
perdidos pela atual administração. Enfim, quais foram seus crimes?
Dai vêm os
chinfrins. Tristes figuras. Aquele usado e abusado em suas funções
e capacidades reconhecidas, que se fez vereador. Aqui, merece um
parênteses, jogado para fora de todos os partidos. Conseguiu guarida
naquele partido, antes mequetrefe, que se fez por meio de um político
sério e popular – não populista. Ninguém acreditava nele, mas
Bernal acreditou e apostou, deu guarida. Valeu, sim, para o partido,
teve contingente de votos, mereceu. Ah, mas dai veio tal vaidade…
cogitado pelos “grandes” partidos que estão se esfacelando,
buscando cabeças de porco que lhes rendam votos, ficou encantado.
Bernal é cabeça
dura. Sim. É uma casca grossa criada por tantas pancadas da
“justiça” que, uma hora lhe caça o mandato e entrega a quem
reduziu a administração a nada, depois lhe devolve, depois diz que
foi golpe, depois lhe impede sua posse como deputado federal eleito
com mais de 47 mil votos. Bernal não é articulador, não é, mas
tornou o partido forte.
Quem eram Darlengh e
Evander Vendramini, um vereador sem luz de Corumbá, postulantes e
eleitos aos cargos de vereadores e deputado. Quem era Ivandro Corrêa
feito administrador pelo responsável pela Maternidade Cândido
Mariano, ginecologista Alfeu Duarte? Então, de repente, todos se
rebelam. Mas o que fizeram para seus cargos?
Se falta articulação
e jogo de cintura de Bernal, não falta também a eles? Querem um
partido ao qual representam e obedecem ao estatuto, ou, o que?
No popular, “chamem
na chincha”, Compareçam ao diretório. Vão até a última
instância. Não usem a mídia, não utilizem das últimas
instâncias. Se foram bem recebidos no momento em que se beneficiaram
do partido, por que não agora?
Aos que pretendem
trocar Jesus por Genésio, diz a sabedoria popular, não troque o
amor antigo pelo novo, porque o antigo permanece e o novo lhe
abandona. Quem fez o Progressistas foi Bernal; quem se aproveitou da
oportunidade foram vocês. Quem lhes deu guarida quando eram apenas
ilustres desconhecidos? Quem se aproveitará de seus parcos votos e
de seu imenso desconhecimento agora? Qualquer merreca de votos conta
para os partidos maiores, mas, e vocês, o que será de vocês?
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