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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Traições e inocência nem tão inocentes, veja o caso PP, ou Progressistas, veja o caso Bernal


Difícil analisar amigos, menos ainda analisar pessoas que consideramos. Pior, tentar entender esse universo da política, que longe da Política, iniciada em maiúscula, é reles e vil.

O ex-prefeito Alcides Bernal tem, inequivocamente, vários defeitos; mas é um obstinado, ou como eu prefiro dizer, “cabeça dura”. Para o certo, ou para o errado. Fez uma carreira política, se entregou de corpo e alma elevou um partido em Mato Grosso do Sul que vivia à mercê, de uma coisinha que se vendia a tudo e todos, em um partido politico.

Todos foram lhe procurar, aqueles sem legenda, sem nome, sem nada. As excelências da nulidade. Até então ele era a grande oportunidade de democracia e de diálogo. Época anterior a essa que viveremos nas próximas eleições, quando eram necessários acordos para viabilizar candidaturas. Para a possibilidade de eleger os anônimos.

Lembro de conversas com candidatos que haviam sido escorchados, humilhados até por outros partidos e que foram buscar guarida no PP, agora Progressistas. Então, o ex-prefeito Alcides Bernal – com seus muitos erros e defeitos – foi a tábua de salvação desses nomes, postos e propostos para os cargos legislativos. Todos tiveram guarida e conversas. Todos eles tiveram amparo. Todos eles se propuseram cumprir com o estatuto do partido. Houve, enfim, um partido, aquele que, anteriormente não era nada, apenas uma coisa que se comprava e se vendia.

Bernal foi o “inocente útil”. Bernal foi o que se propôs a enfrentar uma Câmara Municipal humilhada em seus próprios devaneios, em suas próprias mesmices de compra e venda, sabida mas meio que comprovadas. Foi vítima e algoz das peripécias de uma política que sabidamente é corrupta e corruptora. Enfim, Bernal não soube dialogar, não soube compactuar com toda essa nova política.

Essa nova forma de ver a política ficou patente com a eleição de um presidente, também incapaz. Seguro e segurado pelos militares. Um presidente que não foi eleito por si, mas na corrente de um povo que não consegue mais suportar a incapacidade e roubalheira de uma esquerda imbecil. Ninguém votou em Bolsonaro, votaram contra o Partido dos Trabalhadores, do PSDB, do DEM, de Eduardo Cunha, de governadores antigos investigados em tantos e tão constantes crimes.

Bernal não foi eleito como rejeição, foi eleito ao propor ideias, novos modos de administração, na torrente da “Força do Trabalho. Também foi a rejeição contra os desmandos de anos de PMDB e PT no estado e na Capital.

Mas Bernal “não poderia dar certo”, isso significaria o “dar errado” daquela política, da situação imposta de tantos; do atual senador envolvido em tantas investigações e com bens retidos; a senadora – que até tem se saído bem –, mas também sob investigação; ex-prefeitos e ex-governadores com seus secretários e “amigos de fé, irmão camaradas” presos; com força e talento para fazer desaparecer DVDs da própria justiça federal (assim, grifado em minúsculas); no entanto, o que não se supunha era que Bernal conseguisse fazer um bom governo.

Ai, então, pulularam as acusações. Acabou a galinha, acabou o resguardo. Secada a fonte da caixinha beneficente, todos se voltaram contra uma administração; não de forma republicana, não com o confronto de ideias, mas de maneira sórdida. Onde está hoje o então presidente da Câmara? Onde estão os vereadores e mandatários das secretarias? Como está a moral imoral do ex-governador – senhor preposto e superposto – que atuou na cassação do então prefeito? Como está o vice com seu secretariado – um deles o todo senhor poderoso da Câmara? Onde estão?

Posso responder que um deles, hoje é senador – apesar de todas as acusações e investigações que pesam sobre ele. Posso responder que um deles é prefeito, incompetente, mas prefeito, aquele que não cumpriu nenhuma das promessas de campanha, aquele que é garotinho da família, sem apoio, sem nada, porque tudo tem limite.

Quantos Trads existem na política do Velho Centro-Oeste e o quanto progredimos? Por que trocar 17 mil votos por 45 mil? Quem deveria, efetivamente nos representar os 17 mil da deputada ou os 40 e tantos mil de Bernal?

São questões a serem discutidas, afinal a Democracia se faz da discussão e embate de ideias, propostas e projetos. São traições e inocência nem tão inocentes.

De tanto tomar porradas, os calos nos doem mais, ou nos fazem mais fortes. Hoje temos uma relação negativa. A Câmara é rejeitada. O executivo do mimadinho Marquinhos Trad é rejeitado, bem como seus apoiadores; houve uma renovação, parece que para pior. A Capital está entregue aos quatro anos de “nada”.

O bom da democracia é que podemos renovar, e tentar, e tentar, novamente após quatro anos. Mas, o que vai mudar, enfim? Pouco mais do que a renovação de metade dos inoperantes. E quando se pensa que valem mais promessas de campanha do que o efetivo e cobrado trabalho dos “nossos representantes” ainda temos um longo caminho a percorrer em nossa recente democracia – 1985/2019;



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