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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Governador no comando da imprensa

ou, como colocar na mídia um candidato eleitoralmente medíocre

Os descompassos de uma imprensa inatenta, preocupada em divulgar as falas do governador sem conseguir perceber o quanto está sendo manipulada.


É admirável a capacidade que o governador André Puccinelli (PMDB-MS) tem para manipular a mídia em Mato Grosso do Sul e, dessa forma, conseguir destaque para o seu candidato a prefeito da Capital nas eleições 2012.

Mais incrível é a incapacidade de análise desta mídia, preocupada em agilizar declarações e entrevistas como se informação fosse. Então, fica refém dos factoides lançados de forma constante, e repassa o “recado” aos eleitores, servindo inconsciente como agente político partidário.

Puccinelli, devendo nenhum explicação ao partido ao qual pertence, tendo ocupado seu timão por falta de contendores, manipula eleições inflando egos ou utilizando candidatos a sonhos, atraindo-os com seu canto de sereia e os enredando em cordões. Enfim transformados em títeres descartáveis ao perderem o viço e a cor das coisas novas.



Como transpassar um elefante por uma porta

Os métodos para alavancar a candidatura de um anticandidato são admiráveis, maquiavélicos até, sem pejorar o termo, o autor ou ator.

O primeiro grande circo foi armado quando da festa de filiação ao Partido, de uma leva de cooptados entre partidos do arco oposicionista. (Outra característica deste político que consegue minar adversários cooptando-os ou lançando-os à sanha do eleitor com uma lógica admirável. Estes candidatos cooptados, cada voto que recebem é um voto perdido pela oposição de cores mais ‘sociais’).

Neste evento, a pretexto de recepcionar tantos novos filiados, fez a entrega triunfal do ‘ungido’ para a prefeitura de Campo Grande. E com uma arquitetura tão detalhada que, por não apresentá-lo em meio à avalanche de, antes de estrelas, apenas satélites, ganhou os holofotes de dúvidas e digressões da mídia e ensaios de propensos articuladores políticos. Nesta seara não caminhou este articulista conforme comprova a matéria no site Midiamax. Apresentei-o como já ungido pelo sacrossanto comandante e chamei a atenção para o fato de o PSDB, segundo no comando deste navio desde sempre, não haver compactuado com a farsa.

E os eventos se seguiram, contrapondo com cada uma das notícias sobre outras possíveis candidaturas, André Puccinelli inflava um novo balão que a mídia admitia como verdadeira. Veio a aguardada filiação de Edson Giroto, em espetáculo solo. Ai sim, merecedor das manchetes.

Em sequência, vieram à tona o nome da vice-governadora Simone Tebet, lógico e sempre com a notícia eivada em vários parágrafos do nome Giroto e na sua última cartada, o senador Waldemir Moka ganhando os espaços necessários para a manipulação ilusionista de se passar um elefante pela porta.

E, dessa forma procede sempre. Controla a mídia conivente com os afagos do poder e cria fatos que geram manchetes para o ‘Títere dos Títeres’ em todas as outras mídias que, pela sua visão curta ou turva, faz-lhe os afagos acreditando estar minando seu excesso autoritário.

E, dessa forma, este artífice político nada de braçada no universo da política de incipientes, característica de Mato Grosso do Sul.

Cabe-lhe culpa por esta manipulação política? Sim, a mesma que cabe a alguém que enxergue perfeitamente estar numa terra de cegos e poucos caolhos.

É aguardar a cerimônia de coroação de Giroto, na festa da corte com direito a crianças birrentas correndo por entre os convidados, felizes por ganharem um troninho só seu por mais quatro anos, moços afetados buscando seus sais e a mídia no seu papel de bobo da corte que a tudo ouve, que tudo vê e que tudo sabe mas mantém o silêncio temendo pela própria sobrevivência.

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