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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma coisa puxa a outra


A semana ficou agitada em função da proibição de divulgação de pesquisa pelo jornal Correio do Estado, que apresentaria os índices obtidos pelos candidatos a prefeitura da Capital e a simulação de intenção de voto em um provável segundo turno.

Se por um lado, para nós jornalistas e em especial os que enfrentaram os anos de chumbo da Ditadura Militar é execrável a censura, pela qual os poderosos suspiram; por outro pode-se, a partir deste episódio, tentar avaliar todo o cerceamento que tem acompanhado o processo político eleitoral.

Estamos esbarrando no retrocesso da Lei Falcão, porém sem nenhum objetivo específico. Nada se pode e quase nada se deve fazer. Difícil, então, entender para onde caminha nossa democracia. É tanto remédio para conter a doença que pode vir a matar o doente.

Existem razões das duas partes. O candidato melhor avaliado seria, sim, beneficiado com a publicação, pois que a tendência do eleitorado é não desperdiçar o voto e, para isso, procura acompanhar a tendência em favor do favorito. Mas que o ônus não recaia sobre aquele quem melhor soube percorrer a senda a caminho do voto.

Pesquisas podem ser manipuladas, institutos sabem disso, candidatos sabem disso e a justiça sabe disso. Nesta terra de ninguém em que a política brasileira transformou-se em um coronelismo high tech, acreditamos que a juíza tenha se embasado na máxima: “In dubio, pro reo”.

Teremos, então, que conviver entre a desconfiança, a política pé torto e o peso da Lei. O povo, ainda é um detalhe.

Editorial publicado no jornal Liberdade MS - edição 56.

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