Findam-se as eleições, neste domingo (28), deixando atrás de
si um rastro de escuridão e trevas, mas descortinando um horizonte mais amplo,
plano e iluminado. Esqueçam o que possam saber de eleições e procurem apreender
a nada sutil guinada que demonstraram as campanhas e as urnas.
O povo entendeu sua soberania de vontade e, de massa que
acompanhava os “formadores de opinião”, tomou as rédeas e inverteu os
conceitos. Ainda que se questionem as eleições proporcionais, eivada de
escolhas por conceitos ininteligíveis que colocam como representantes os
populares, os simpáticos, os que investem dinheiro ao invés de competência, os
populistas, os vazios. Mas até ai é a maneira de qualificar os eleitos. Voto
por questões menores naqueles que têm atividade menor. Ninguém, exceto os
próprios legisladores municipais, lhes atribui mérito.
Não importa, absolutamente, o resultado das eleições
majoritárias, importa sim que caíram os mitos das pesquisas, das campanhas que
transformam gente – com seus erros, acertos e suscetibilidades – em produtos
perfeitos, da massificação midiática que transforma o errado público em culpa
individual de cada cidadão. Basta. Os candidatos ungidos pela forma de se fazer
um candidato vencedor, perderam sua sustentação.
Restam os últimos rugidos da prepotência dos mandatários e
sectários que se digladiam nas redes sociais, nas denúncias públicas ou
apócrifas, nos ataques pessoais. Ladram, rangem os dentes, mas a caravana não
se detém e sequer se abala.
O povo, lentamente, vem tomando as rédeas de seu destino
social. O poder legislativo onde antes grassavam ineptos, vem sendo ocupado
passo a passo por aqueles que trazem um currículo de trabalho e competência.
Paulatinamente. O executivo sofre mudanças em nome da alternância do poder,
enfim compreendida.
É o caminhar à frente. Depois dos primeiros solavancos da
saída da Ditadura e do impeachment de um presidente eleito, estabilidade
econômica seguida de ações sociais concretas, retomada do judiciário ao posto de
terceiro e independente poder, ajeitou-se a carga. Ainda estamos aquém do que
necessitamos, mas ficamos eretos e começamos a andar.
Editorial publicado no Jornal Liberdade MS - edição 62 de 28/10/2012.
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