Gostaria de poder retomar este blog com outro texto a respeito da política de Mato Grosso do Sul e, mais especificamente, Campo Grande. No entanto ao invés de poder tecer críticas ou, até e apenas, discorrer de modo sereno sobre as novas composições de governo municipal da Capital e o poder Legislativo, me vejo arrastado para este blog entre espantado e temeroso pelo acontecimento que fechou a sessão da Câmara Municipal.
Mário César presidente de Direito da Câmara Municipal de Campo Grande |
A sessão solene de abertura da 9ª Legislatura da Câmara
Municipal de Campo Grande transcorreu em alto estilo, obedecendo normas e
sinalizando para um entendimento entre os poderes. Entendimento que esteve
próximo de uma ruptura com consequências imprevisíveis e maléficas para os
destinos da Capital.
O presidente da Casa de Leis, Mário César (PMDB) aceitou a
sinalização de paz e entendimento feita pelo prefeito Bernal, que num gesto de
rara cortesia solicitou a presença de todos os seus secretários e presidentes
de autarquias. Ele também, presidente da Casa de Leis, demonstrou buscar um
entendimento que permita a governabilidade e lembrou aos vereadores presentes que
existe campo e épocas determinado para os embates, e este local e momento e não
são os corredores e gabinetes.
Mas as forças que pretendem tomar de fato, e não de direito,
o comando daquela casa não se fizeram rogados e demonstraram que veem articulando
antigos e ultrapassados arremedos de golpe contra as instituições e a própria
democracia, sob comando – como sua capacidade intelectual permite – de agentes
estranhos à Casa de Leis e às próprias Leis.
Seus nomes não estavam sobre a mesa por falta de coragem de
se expor, ou pelo fato de apenas articularem nas sombras. Mas demonstraram que
possuem a necessária força de “desarticulação”.
Um evento cívico e democrático expôs as entranhas da Câmara.
Sob um golpe de poder de fato, vereadores que representam a força que derrubou
um governo de vinte anos, a base aliada ao prefeito Bernal, foram alijados de
sua função constitucional de partícipes das comissões em postos que permitam
influenciar nas decisões.
Teremos duas Câmaras, uma comandada de direito pelo seu
presidente eleito e que procura dignificar o voto do eleitor, outra tutelada
pelas forças que foram afastadas pelo voto e acredita que perderam o que possuíam,
porque regras democráticas não lhes são conhecidas.
Agora cabe aos vereadores ligados aos grupos de mando
imposto, mostrarem a quem foi dado, de fato, os votos que receberam como seus.
Cabe ao vereador
Mário César mostrar que está no comando efetivo antes que lhe descubram os
cordões que o movem. Preferimos acreditar que havia um pouco de verdade nos
discursos de abertura dos trabalhos da casa que deverá representar a maior
parcela da população.
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