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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Erro Médico: a porcentagem de erros é mínima, mas tem que ser divulgada


O médico representa o ser humano investido da prerrogativa sobre-humana de amenizar a dor, mitigar o sofrimento e adiar a morte do semelhante. Por isto, o seu erro assume proporções dramáticas, representa a negação do bem, mas nunca a intenção do mal. 




Em artigo publicado no Portal Médico, Júlio Cézar Meirelles Gomes e Genival Veloso de França afirmam: “O erro médico tem sido mal focado pela mídia, que busca no rol dos eventos sociais a exceção, a ocorrência extravagante com forte fascínio e forte apelo comercial; a mídia vai em busca da versão factual da atitude humana com o duplo interesse da denúncia e da promoção de venda da notícia. Despreza em regra as causas concorrentes mais expressivas, como a má formação profissional, o ambiente adverso ao ato médico, a demanda assustadora aos órgãos de assistência médica, os baixos e tenebrosos padrões de saúde pública etc.”

Entendemos que os meios de comunicação têm um papel valioso na denúncia dos erros médico, como forma de alertar a população sobre os maus profissionais, clínicas, centros de tratamento e hospitais, também informar a população sobre seus direitos e os meios de obtê-los. O fato de noticiar eventuais erros não implica creditar à todos os profissionais imprudência, imperícia ou negligência. Informar não implica explorar, a morbidez está na maneira e na pessoa que assim entende a notícia.

Desde o início desta série, demonstramos que existem outros fatores que penalizam pacientes e profissionais da medicina, sendo que os principais são o descaso da administração pública e a desmedida ambição da medicina privada. Para os especialistas, dois fatores explicam erros médicos no Brasil, que vitimam pacientes e lhes causam sequelas físicas e psicológicas. O aumento expressivo da população de médicos –13 mil profissionais formados por ano – e que parte significativa dos recém-formados chega ao mercado de trabalho sem saber o que fazer com o diploma.

A imagem que passa para a população é a de que a categoria é muito corporativista, a tramitação é excessivamente lenta e são raros os casos de cassação de diploma. Portanto, muitas vítimas ou familiares dessas, preferem atribuir à fatalidade os danos permanentes ou temporários e até o óbito. Nossa intenção é abrir um canal de denúncia e informação.

Neste mês, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançaram o Programa Nacional de Segurança do Paciente, com objetivo de diminuir ‘eventos adversos’ em pacientes internados, como quedas, administração incorreta de medicamentos e erros em procedimentos cirúrgicos. O programa determina a obrigatoriedade da implantação de Núcleos de Segurança do Paciente em todos os hospitais públicos e particulares e devem entrar em funcionamento em 120 dias.

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente matéria. Esse tema é interessantíssimo e sempre gera muitas polêmicas,creio que as pessoas deixarão de torcer o nariz para o tema e passem a encarar o assunto com a seriedade que merece.Mas esse assunto ainda rende algumas edições.Parabéns!

jornalista Martins disse...

Agradeço a leitura e o comentário. Sei da responsabilidade em percorrer este delicado tema sem macular o respeito que a profissão médica é merecedora sem, no entanto, deixar de expor o lado das vítimas. Sempre que necessário, tratarei do tema.