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sábado, 29 de junho de 2013

A perplexidade paralisante de Dilma frente às manifestações, ou...

O poste que Lula elegeu, tem quase apagada a luz que ilumina a rua


Dilma sabia gerenciar, trabalhar com números, analisar mercados, sob a ótica do PDT, partido ao qual era filiada, e depois PT, partido que veio a se filiar quando percebeu a possibilidade de crescimento de um e outro. Dilma, no entanto, nunca foi líder, sequer na guerrilha, onde cumpriu o papel de bucha de canhão. Líderes necessitam o apoio espontâneo de seus parceiros de jornada, seja na vida privada, na política, nas empresas. Ela sempre foi “persona non grata” suportada pelo seu poder. Fosse um militar, seria um daqueles sargentos caricatos.

A limitação de capacidade de Dilma, neste aspecto – e aqui não cabe pejorativo, apenas e simples constatação de que os ser humano tem capacidades e limitações –, ficou patente nas últimas movimentações populares que tomaram ruas de quase todos os municípios do Brasil. A perplexidade paralisante de Dilma frente as acontecimentos ficou patente no tartamudear da leitura de um discurso escrito em gabinete bem distante do seu, e mal decorado.

Dilma não lidera e não compreende o povo

Nos idos da Ditadura, lutou por um grupo, contra outro grupo. Uma luta pelo poder, não uma luta por retomada da democracia. Do arroubo de sua juventude, do crescimento pessoal e intelectual, do observar a “democracia” pretendida por significativa parcela de seus pares – essa mesma que justifica a sanha avassaladora em busca da Censura, do perdoar os pecados escorados num pretenso poder maior e melhor – Dilma passou a defender uma Democracia mais real, mais pura. Isso foi extremamente positivo, devemos a ela o silenciar de defensores tacanhos da Ditadura do Proletariado – totalmente fora de noção neste século e também a partir da segunda metade do século passado.

Mas Dilma, a gerente, sempre foi uma mulher de gabinete. Pior quando se ilhou na “República do Brasil é Nosso” em função do cargo de presidente. Passou a ouvir os sons moucos dos “representantes do povo”, que só o representa porque, tanto eles quanto o governo que ela retrata, os mantém na miséria educacional, alimentados com tantos peixes quantos lhes possam enviar sem a contrapartida de ensiná-los a pescar.

Então ela prometeu novos Projetos, como se os projetos prometidos antes tivessem sido cumpridos. Não conseguiu ouvir que o que abala o país, que sublevou o povo, que corrói a Nação é, por exemplo, essa gama enorme de políticos sem estirpe, sanguessugas, que criam partidos e mais partidos, agregam aproveitadores de todas as entranhas sórdidas e, por fim, chantageiam. São os modernos pedintes de dentaduras e sapatos, saciados pelo seu governo como o foram por outros.

A presidente não percebeu que é a ponta visível do iceberg do descontentamento porque nunca conseguiu explicar como se combate a corrupção nomeando corruptos para seus ministérios; criando ministérios para novos corruptos; convivendo com ministros com os quais sequer recebe em audiência; permitindo que a economia feche suas velas aos bons ventos da economia para os países em desenvolvimento pela incapacidade patente de uma equipe econômica perdida numa sala de espelhos. Dilma aprendeu em manuais que a força se faz pela imposição do poder. Mais poder, mais força, mais força, mais poder. Mas a teoria sempre foi escrita a poucas mãos e o país é tocado por tantas mãos, calejadas ou macias, quantos forem os povos que a compõem.

Ou a presidente se acerca de bons interlocutores e conselheiros, rompendo cores partidárias ou ideológicos e partindo para uma gama mais variada de pontos de vista e visões socioeconômicas, gerindo com a capacidade que tem esse grupo; faz uma assepsia dos ratos de gravata que percorrem os corredores palacianos; exija que cumpram, obedecendo ao cronograma, as obras que anunciou midiaticamente; faça valer o respeito que o Brasil merece aos seus parceiros ideológicos; ou...

O último ato de vandalismo das manifestações populares será atirar pedras na lâmpada do poste até que essa se quebre.



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