Existem momentos em que alguns fatos se sobrepujam sobre todos os
outros. Isto é inconteste. Porém, há aqueles que têm por hábito levar a maldita
vantagem do “esperto” que se tornou epíteto desmoralizante e irreal de um povo,
e tentam tirar proveito disso. Mas dessa vez a manifestação é popular, e o
termo também, o buraco é mais embaixo.
Haverá aqueles que se entendem acima do bem e do mal, sem viés
democrático e que consideram os manifestantes “vagabundos”? Sim. E serão
reeleitos? Talvez. Porque no tempo medido pelos mais necessitados, pelos
desvalidos, o que conta é a fome, a miserabilidade. E essa situação não
quantifica, nem qualifica que o voto vendido é a sentença de desesperança nos
quatro anos vindouros. A ele, a fome é imediata e sua revanche é poder contar,
por um dia que seja, com os parcos Reais que lhes são dados. Ilusão? A condição
de viver como excluído foge à lógica, passa longe da razão.
Nesta semana, a paixão democrática fez com que mais de 50 mil
campo-grandenses demonstrassem de forma cabal toda a insatisfação com os rumos
de uma política capenga, quadrilhesca, bandida. E a população tomou ruas,
portando cartazes que estampavam as mais diversas manifestações e gritando
palavras de ordem contra todo o tipo de falcatrua que fica exposta, dia a dia,
como se um grupo desvinculado da sociedade pudesse ditar regras impunemente.
A última tentativa de desmoralização desta Manifestação foi a
determinação de impedir que a polícia cumprisse sua mais nobre e pouco
praticada função, estar nas ruas para garantir a segurança da população que,
efetivamente, paga seus soldos.
Para quem desejava desmoralizar a manifestação repercutindo eventuais
atos de violência, a resposta sutil estava contida nas entrelinhas dos refrãos,
das músicas, do Hino Nacional entoado: “Os
bandidos são vocês, nós somos um povo sofrido, lutador, ordeiro e consciente”.
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