O Brasil está acordando e a Câmara quer ser transparente
Mario Cesar (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Campo
Grande, mesmo completamente afônico nos recebeu em seu gabinete para uma
conversa e, o primeiro assunto discutido foi sobre a indefinição do imóvel que
acomodará a Casa.
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| Jornalista Martins e o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar |
Mario Cesar enfatiza que
desde o início essa foi sua preocupação e que fez todos os encaminhamentos
possíveis e imagináveis com relação a esse assunto, apresentando propostas para
todas as partes envolvidas, inclusive para os donos do imóvel, a respeito do
passivo e da negociação nos valores aceitáveis.
“O prefeito fala que a Câmara é
caloteira, e quando eu falo que tenho sobra de duodécimo, ele mesmo diz que o
duodécimo não é para isso, é para infraestrutura, escola, Ceinf, saúde. Entre
2005 e 2010 ele esteve aqui e foi um dos que votou e discursou pela
desapropriação. A Câmara não tem personalidade jurídica, se o prefeito não
assinar a desapropriação eu fico de mãos amarradas”, diz. O prefeito Alcides Bernal pretende que os vereadores
retornem ao seu antigo local de trabalho no Paço Municipal, mas segundo Mario
Cesar, aquele local não comportava a Câmara já àquela época, menos agora que
são 29 vereadores, e tem o agravante da retirada das duas secretarias que
funcionam, hoje, naquele espaço. Entende que se for necessário que os
vereadores se acomodem em um espaço diferente, por tempo determinado, enquanto
se projeta e faz um espaço que venha a ser definitivo, todos aceitariam este
sacrifício por um bem comum. Mas a maneira como o prefeito coloca essa mudança
é de forma e em tom pejorativo.
A relação executivo/legislativo parece que ainda está
comprometida, pois a posição de Mario Cesar é favorável a que se estabeleça uma
governabilidade sem subserviência, para que as coisas possam acontecer, mas
garante que em momento nenhum o prefeito quis, realmente, isso. “Estivemos
reunidos na segunda-feira (17) e, em seguida ele começa a bater na Câmara, o
que me impede de compreender de qual maneira ele quer se comportar. Eu mostrei
a intenção de estender as mãos, aprovamos o projeto enviado pelo executivo que
estava parado por erros de redação, que foram corrigidos, e o que tem vindo do
executivo para cá, estamos tratando da melhor forma. A recíproca não é
verdadeira. Ele vetou dois projetos meus por questão política, conforme está
anotado no veto. Eu pedi que ele, por um momento, trocasse de lugar comigo e,
diante de tal tratamento, se ele entenderia que existe intenção de
governabilidade” enfatiza.
Movimento popular
“O Brasil está acordando e eu fiz questão de receber os
manifestantes, permitindo que eles se pronunciassem. Fomos inclusive elogiados
em nossas posturas de transparência”, diz Mario. Pela análise que fez e faz, os
vereadores entenderam a resposta das urnas quando da pulverização de votos e da
renovação da Casa, até mesmo da renovação do executivo. Garante que disse ao
prefeito Bernal que aqueles votos não eram dele, mas um voto de rebeldia das
pessoas que não queriam mais o modelo de gestão que estava se implementando.
Afirma que a Câmara, sintonizada com este momento, está se
abrindo, partindo para sessões comunitárias, levando o legislativo até a
população. “Afinal, em campanha nós fazemos isso, por que não no exercício do
mandato?”, diz e enfatiza que as redes sociais vieram para ficar e permitem um
balizamento aos políticos. Aqueles que não se adequarem devem ser excluídos da
vida pública.
Posições
CPI – “Nós nos
inserimos num processo que iniciou em 2009 com a Polícia Federal e o Ministério
Público, e a CPI conversa com pessoas e elas ficam menos inibidas para darem
seus depoimentos. A nossa preocupação
era não parar com o serviço de saúde prestado à população, mas veio toda essa
comoção e nós somos balizados por isso. A CPI é boa porque traz a discussão à
público, dá transparência às investigações. Criamos uma CPI ampla onde
participam os cinco membros do Conselho de Saúde e mais quatro vereadores,
inclusive a vereadora Luiza Ribeiro, primeira a propor a Comissão.”
Café da manhã – “Era
uma praxe e alguns defendiam que fosse mantido, mas pela repercussão que tomou,
graças à transparência que demos, achamos por bem cancelar o contrato e acabar
com o lanche.”
Retrato – “Alguns
criticam que eu sou muito democrático na condução dos trabalhos, mas eu fui
eleito pelos vereadores, porque não mudar, partilhar as decisões, democratizar,
por mais que eu tenha minhas ideias, minhas convicções, e a decisão do poder é
solitária.”


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