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sábado, 22 de junho de 2013

Conversa no gabinete da Câmara de Campo Grande

O Brasil está acordando e a Câmara quer ser transparente


Mario Cesar (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, mesmo completamente afônico nos recebeu em seu gabinete para uma conversa e, o primeiro assunto discutido foi sobre a indefinição do imóvel que acomodará a Casa.

Jornalista Martins  e o presidente da
 Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar 
Mario Cesar enfatiza que desde o início essa foi sua preocupação e que fez todos os encaminhamentos possíveis e imagináveis com relação a esse assunto, apresentando propostas para todas as partes envolvidas, inclusive para os donos do imóvel, a respeito do passivo e da negociação nos valores aceitáveis.

“O prefeito fala que a Câmara é caloteira, e quando eu falo que tenho sobra de duodécimo, ele mesmo diz que o duodécimo não é para isso, é para infraestrutura, escola, Ceinf, saúde. Entre 2005 e 2010 ele esteve aqui e foi um dos que votou e discursou pela desapropriação. A Câmara não tem personalidade jurídica, se o prefeito não assinar a desapropriação eu fico de mãos amarradas”, diz.O prefeito Alcides Bernal pretende que os vereadores retornem ao seu antigo local de trabalho no Paço Municipal, mas segundo Mario Cesar, aquele local não comportava a Câmara já àquela época, menos agora que são 29 vereadores, e tem o agravante da retirada das duas secretarias que funcionam, hoje, naquele espaço. Entende que se for necessário que os vereadores se acomodem em um espaço diferente, por tempo determinado, enquanto se projeta e faz um espaço que venha a ser definitivo, todos aceitariam este sacrifício por um bem comum. Mas a maneira como o prefeito coloca essa mudança é de forma e em tom pejorativo.

A relação executivo/legislativo parece que ainda está comprometida, pois a posição de Mario Cesar é favorável a que se estabeleça uma governabilidade sem subserviência, para que as coisas possam acontecer, mas garante que em momento nenhum o prefeito quis, realmente, isso. “Estivemos reunidos na segunda-feira (17) e, em seguida ele começa a bater na Câmara, o que me impede de compreender de qual maneira ele quer se comportar. Eu mostrei a intenção de estender as mãos, aprovamos o projeto enviado pelo executivo que estava parado por erros de redação, que foram corrigidos, e o que tem vindo do executivo para cá, estamos tratando da melhor forma. A recíproca não é verdadeira. Ele vetou dois projetos meus por questão política, conforme está anotado no veto. Eu pedi que ele, por um momento, trocasse de lugar comigo e, diante de tal tratamento, se ele entenderia que existe intenção de governabilidade” enfatiza.

Movimento popular

“O Brasil está acordando e eu fiz questão de receber os manifestantes, permitindo que eles se pronunciassem. Fomos inclusive elogiados em nossas posturas de transparência”, diz Mario. Pela análise que fez e faz, os vereadores entenderam a resposta das urnas quando da pulverização de votos e da renovação da Casa, até mesmo da renovação do executivo. Garante que disse ao prefeito Bernal que aqueles votos não eram dele, mas um voto de rebeldia das pessoas que não queriam mais o modelo de gestão que estava se implementando.

Afirma que a Câmara, sintonizada com este momento, está se abrindo, partindo para sessões comunitárias, levando o legislativo até a população. “Afinal, em campanha nós fazemos isso, por que não no exercício do mandato?”, diz e enfatiza que as redes sociais vieram para ficar e permitem um balizamento aos políticos. Aqueles que não se adequarem devem ser excluídos da vida pública.

Posições

CPI – “Nós nos inserimos num processo que iniciou em 2009 com a Polícia Federal e o Ministério Público, e a CPI conversa com pessoas e elas ficam menos inibidas para darem seus depoimentos.  A nossa preocupação era não parar com o serviço de saúde prestado à população, mas veio toda essa comoção e nós somos balizados por isso. A CPI é boa porque traz a discussão à público, dá transparência às investigações. Criamos uma CPI ampla onde participam os cinco membros do Conselho de Saúde e mais quatro vereadores, inclusive a vereadora Luiza Ribeiro, primeira a propor a Comissão.”

Café da manhã – “Era uma praxe e alguns defendiam que fosse mantido, mas pela repercussão que tomou, graças à transparência que demos, achamos por bem cancelar o contrato e acabar com o lanche.”

Retrato – “Alguns criticam que eu sou muito democrático na condução dos trabalhos, mas eu fui eleito pelos vereadores, porque não mudar, partilhar as decisões, democratizar, por mais que eu tenha minhas ideias, minhas convicções, e a decisão do poder é solitária.”


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