Normas
jurídicas são jogadas num saco de gatos de diversas cores, mas nunca pardos, e
a lei confunde cidadãos educados a serem justos, acima de tudo. Assim entende a
maior parte da opinião pública no caso do julgamento dos embargos infringentes
do caso Mensalão.
Segundo pesquisa realizada no
município de São Paulo pelo jornal Folha de S. Paulo, 85% do universo
pesquisado se dizem cientes sobre o mensalão, 90% entendem o episódio como um
caso de corrupção, e 76% são contrários aos recursos. O texto cita ainda, sem
esquecer que a pesquisa é feita sobre parcela populacional, e que a maioria considera
ruim ou péssimo o desempenho do Supremo Tribunal Federal (STF) no episódio e
atribui nota abaixo da média na condução do caso.
Importante salientar que apenas
metade dos entrevistados tem conhecimento sobre a possibilidade de reabertura
do julgamento. No saber popular, duas coisas: a primeira faz entender que a uma
pessoa julgada em última instância pela justiça cabe, se condenado, cumprir sua
pena; segunda, quais motivos levariam um juiz que já sentenciou pela condenação
ou absolvição, alterar seu voto.
Na sessão dessa quarta-feira (18),
o ministro Celso de Mello desempatou a favor dos
corruptos, digo mensaleiros, digo réus, que terão direito ao recurso chamado
embargo infringente, que garante novo julgamento para condenações por placares
apertados. Votaram favoráveis ao recurso os ministros Luís Roberto Barroso,
Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
Foram contra Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco
Aurélio Mello.
A reação
popular por meio das redes sociais, não tardou. Indignados os facenautas
publicaram a falência da Justiça no Brasil. Em desabafo contundente, Alda
Aparecida esclarece e questiona: “Embargar significa determinar o cancelamento
de, impedir o procedimento de, impedir a execução judiciária. Infringir
significa desobedecer a, transgredir, desrespeitar, violar. Embargos
infringentes significa, então, impedimento da execução judiciária da
desobediência; da transgressão; do desrespeito; da violação”. E conclui: “Qual
o verdadeiro significado”.
O jornalista Victor
Luiz Barone Junior escreveu: “Celso de Mello apenas cumpriu a lei. Legítimo o seu voto,
que permitirá que 12 dos 25 mensaleiros condenados tenham suas penas reavaliadas.
O problema não é a interpretação de Celso e dos outros cinco ministros que
acataram os embargos infringentes, o problema é o excesso de recursos que
transforma a Justiça brasileira em um circo no qual prevalece a pouca graça da
impunidade.”
A
justiça, um circo, nós, os palhaços.
Em que
pese a grita de parte dos petistas que desde o princípio se mostraram indignados
pelo fato de seus dirigentes serem acusados, mesmo que tenham encoberto as
provas e, portanto, este julgamento ser considerado “político”; queremos e
devemos ter uma justiça efetiva. Outro argumento dos defensores incontestes dos
réus diz respeito ao “mensalão tucano”, ainda em fase de interrogatórios e, teoricamente, pai do
mensalão petista, também arquitetado pelo empresário Marcos Valério e que
envolve o ex-governador de Minas Gerais e atual deputado federal, Eduardo
Azeredo e mais oito réus. Querem a condenação imediata, passando por cima das
diversas instâncias.
O que a
população, aquela força humana que permite ao Brasil existir como Nação, que e
exige é a condenação efetiva de todos os corruptos, de qualquer um dos quase
quarenta partidos que transformam a política em um balcão de negócios espúrios.
Chega.
Nós, a maioria, não podemos educar nossos filhos falando de integridade,
justiça, caráter, quando temos um Executivo que barganha apoios com o nosso
dinheiro, um legislativo que cria as leis que defendem seus atos ilegais e um
Judiciário que tem por dever seguir as leis criadas pelos deputados e
senadores, eleitos por nós, réus e condenados por uma democracia de poucos que
compram os votos de muitos. Somos culpados por eles.
Um comentário:
A grande e absoluta maioria do povo brasileiro ( e me incluo aí) desconhece as leis brasileiras, principalmente qto à quantidade de recursos permitidos, e pra quais crimes esse recursos são válidos. O lógico, para nós leigos, seria o seguinte: foi julgado e condenado, que se cumpra a pena imediatamente. E pronto, acabou. Essa era a expectativa da nação, porém nossas leis são complexas e dão brechas para "n" interpretações, talvez por isso permita tantos e tantos recursos, não sei, sou absolutamente leiga quanto a esse assunto.
Mas entendo que os ministros do STF seguiram e cumpriram a lei. Está tudo errado? Está. Então, nos manifestemos para que mudem as leis JÁ!
Veja o editorial de hoje da Folha de São Paulo. Achei tremendamente sensato e esclarecedor:
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/09/1344074-editorial-nao-e-pizza.shtml
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