Com o plenário lotado por 700 manifestantes,
agrupados ou não pela base aliada e pelo próprio prefeito Alcides Bernal, e que
portavam cartazes de “Golpe Não” e “Respeitem a Vontade Popular”, Flávio César
(PTdoB) que presidia a sessão enquanto o presidente da Casa, Mario Cesar (PMDB)
recebia ordens do governador André Puccinelli (PMDB), pelo celular, decidiu
encerrar a sessão sem que fosse votada a aprovação da Comissão Processante que
irá analisar a cassação do prefeito.
Flávio César, que ocupou o cargo de líder do
prefeito Nelson Trad Filho na gestão passada, considerou as manifestações como
tumulto, talvez por não estar acostumado ao exercício democrático, uma vez que
na gestão anterior a maioria dos vereadores apenas obedeciam as ordens vindas
do executivo, sem contestar, sem analisar, sem se preocupar com os seus efeitos
para a população. Mesmo com a derrota imposta pelas urnas em 2012, e que não se
fixam apenas no executivo, pois que todos os vereadores que conseguiram sua
reeleição amargaram queda de votos, boa parte deles se valeu de expedientes
pouco éticos como uso da fé para galgarem o cargo, ou criminosos como a compra
de votos.
Sobre a sessão, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), divulgou através de
sua página na rede social:
“Hoje
na Sessão da Câmara
Municipal de CG uma grande
demonstração de respeito à democracia. Movimentos sociais sindicais e outros
presentes à Sessão e de forma organizada apresentaram a Carta de Princípios da
FRENTE POPULAR EM DEFESA DA DEMOCRACIA! Assinam a Carta contra o golpe que
pretende cassar o Prefeito Alcides Bernal o Movimento
Nacional de Luta pela Moradia, as Centrais Sindicais CUT e CTB, a FETEMS, UCE,
ACP, SINTSS/MS, SEESVIG, Setorial dos Povos Indígenas, MST, Forum Municipal da
Juventude entre outros movimentos sociais, comunitários e de direitos. Muito
bom !”
Entre
os comentários ao texto, destacamos o de Murilo Delmondes: “Ah, vá! Bando de
hipócritas. Nelsinho sim pintou e bordou e não vi CPI nenhuma. Sequer
fiscalizavam-no. "Se o Alcides é inocente". Me poupem dessa
palhaçada. Dois pesos e duas medidas. O cara foi eleito pelo povo. Aceitem.
Quem manda no fim é quem vota,
não esse conchavo do PMDB. Vão trabalhar, vereadores. Ou melhor, vão pra casa.
Vocês mesmos que querem cassar o prefeito já foram previamente cassados e aí
magicamente inocentados pelo TRE. Nem preciso dizer por quê, não é?”
Entre os que se alinham com a maioria dos
vereadores, Luiza Ribeiro recebeu contra-argumentos de Marcia Martins que questionou:
“Pq golpe vereadora... esse homem ta pintando e bordando e vc fala em golpe...
quem tá sofrendo um golpe é o povo, nobre vereadora...” (sic). Hélio Santos também opina, questionando: “Vereadora, se o
Alcaide é inocente, que prove e cale a boda dos golpistas. Porque tem medo?” (sic).
Conforme
informações obtidas por este jornalista, doze votos conta a instauração da
Comissão, estão confirmados. Os vereadores do PMDB e do PTdoB, sob a tutela do
governador e nada além disso, votam fechados contra Bernal. O PSD ainda sob o
comando do empresário Antônio João, fechou com a oposição ao prefeito. Da base
inicial de nove vereadores pertencentes ao PT, PSDB, PP e PPS, somou-se Edson
Shimabukuru do PTB, e muito provavelmente Carlão do PSB. Resta saber a quem
cabe o 12º voto.
O
que mais importa, enfim, é com Comissão Processante ou sem ela, quando a
maioria dos vereadores irá legislar efetivamente, sem perfumarias e discussões
inócuas, e também quando Alcides Bernal (PP) assumirá de fato a prefeitura, montará
uma equipe de secretários competentes e descerá de seu pedestal de arrogância e
incompetência e trabalhará politicamente um apoio na casa de leis.
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