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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Quem venceu foi o povo, não o prefeito ou vereadores

Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (8) com líderes dos movimentos sociais, a Câmara Municipal de Campo Grande decidiu suspender provisoriamente a votação do pedido de abertura de uma Comissão Processante para investigar prefeito Alcides Bernal, se comprometendo mais uma vez a ter um diálogo aberto com o Poder Executivo.

Após acordo com líderes de movimentos como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Movimento Indígena e MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia), o vereador Mario Cesar, presidente da Casa de Leis aceitou aguardar até a sessão da próxima terça-feira (15) a votação do pedido.

Em conversa com os vereadores, os líderes sindicais se comprometeram a dialogar com o prefeito e marcar uma reunião com o chefe do Poder Executivo, solicitando uma trégua no embate com a Casa de Leis. Na reunião com Alcides Bernal, o movimento afirmou que apresentará a mesma pauta de reivindicações entregue aos parlamentares, buscando um denominador comum.(*)

* Trecho da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campo Grande


Tiraram o palanque

Os movimentos sociais que lotaram o plenário da Câmara, demonstram claramente que o objetivo da manifestação não é um apoio incondicional e irracional ao prefeito Alcides Bernal. Ainda que ligados direta ou indiretamente a partidos políticos, esses movimentos mostram cabalmente que são a continuidade necessária do “basta” expresso nas últimas eleições, quando romperam um governo continuísta e grupesco.

É imperativo que o prefeito Alcides Bernal desmonte seu palanque e passe a apresentar como projetos o que era promessa de campanha. Mudar o foco das críticas, que antes, pelos microfones da rádio, atingia principalmente o poder executivo do então prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), para o legislativo, não tira sua administração do foco da crítica da população. Essa manifestação foi, em primeira instância, em defesa de seus direitos, que ficaram claros no resultado das urnas, não em defesa deste ou daquele político. Defenderam o poder democrático popular, não o poder executivo exercido, “por mandato popular”, por Alcides Bernal.

Reação impossível

O grupo de vereadores mais ferozmente combativo aos atos do prefeito, não pela má administração em si, mas numa luta aguerrida para retomar as benesses que possuíam na administração passada, não conseguirá uma reação popular semelhante à que ocorreu. E os motivos são simples e transparentes: porcentagem substancial de seus votos foram obtidos pelas mais diversas formas de compra. Compra direta em espécie ou outros (combustíveis, cestas básicas etc.); favores cobrados; indicações do eleitor ou de parentes; favores de parentes de funcionários contratados ou comissionados; promessa de benefícios... Essa massa (quase apolítica), não se mobiliza. Se venderam, foram pagos por isso, qualquer outra coisa depende de negociar novo valor; se favores cobrados, foram pagos; se em benefício de parentes, eles estão garantidos em seus empregos...

Ocupação e manifestação

Não caberia, também, que a Câmara ficasse ocupada pelos grupos, até que ocorresse a votação da matéria. Democracia implica respeito às regras. Manifestação sim, mas uma ocupação poderia tomar rumos que não pretendidos sequer pelos manifestantes.


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