2015
'Meia
nota', 'sem nota' e 'caixa dois' a realidade que todos conhecem. O
resto é hipocrisia
Um
país que não consegue investigar crimes; que quando investiga, nem
sempre prende; que quando prende, a justiça impõe penas pífias;
que prende hoje para soltar amanhã... falar de financiamento público
para as campanhas eleitorais é chamar o eleitor de energúmeno.
Os
males maiores das campanhas não é o dinheiro legalmente doado, é o
caixa dois, o surrupiado, o escondido. É o dinheiro do 'Caixa Dois',
ou “dinheiro não contabilizado” na versão mensaleiro-delubiana,
que movimenta a compra de votos em suas diversas formas. Não nos
venham com a redenção do mal-caratismo político transformando o que
já existe, doações legais e contabilizadas, em financiamento
público de campanha.
Nosso
maior problema é moral, não financeiro.
Para
salvar as finanças penaliza-se o trabalhador e gratifica-se o
desocupado
Parece
que até o ministro da fazenda, escolhido a dedo e apoiado pela
classe empresarial, vergou perante a presidente Dilma Rousseff e a
política petista de compra de votos em suaves prestações via
bolsas as mais diversas.
Para
salvar a economia do país, quando se supunha que houvesse um reparo
nas tubulações carcomidas e eivadas de vazamentos por onde o
dinheiro escorre em propinas e quetais, ou no enxugamento da máquina
pública, ou ainda que houvesse uma contrapartida para as bolsas
sociais – algo do tipo favorecer com cursos profissionalizantes os
beneficiários e exigir que se insiram no mercado de trabalho, ou
pelo menos tentem –, pretende-se penalizar o trabalhador.
Aos
que trabalham, bem ou mal, nesse nosso capitalismo burro e socialismo
mal ajambrado, quando perdem seus empregos por qualquer tipo de sorte
– e não se exclua a falta de caráter de parcela de trabalhadores
que seguem seus eleitos e enveredam pela lei do “o importante é
levar vantagem em tudo” - perdem agora seus direitos ao seguro
desemprego. Quem contribuiu pode afundar economicamente o país, quem
nunca trabalhou, não.
Para
o abono salarial, estipula-se elevação
da carência de um mês para seis meses ininterruptos de trabalho.
Além disso, o abono será pago proporcionalmente ao tempo
trabalhado, assim como ocorre com pagamento do 13° salário.
Para
aqueles que trabalharam enquanto tinham forças e vida para isso, a Pensão por Morte passa a ter carência
de 24 meses de contribuição para que o cônjuge tenha direito à
pensão, também
será
exigido tempo mínimo de casamento ou união estável de dois anos.
Não
bastasse tanta aberração, os
cônjuges jovens terão direito a benefício temporário que pode
variar de três a quinze anos. Já os cônjuges viúvos com idade
igual ou superior a 44 anos – e, portanto, com expectativa de
sobrevida inferior a 35 anos – terão direito ao benefício
vitalício.
O
seguro
desemprego, deixa
de ser seguro numa economia de gangorra, sem garantias, haverá o aumento do período de carência para a primeira solicitação do benefício de 6 para 18 meses, e para 12 meses na segunda solicitação.
E
a apoteose deste brilhantismo econômico-social-coisa-nenhuma é a
transferência da responsabilidade de Estado para a iniciativa
privada. O auxílio-doença passa a ser pago pelo empregador não
mais nos primeiros 15 dias, mas dobra-se a carga e o empregador
pagará por um mês (30 dias). Sem abandonar as preocupações com o
trabalhador, sobra para ele tambám, pois haverá um
teto para o pagamento do benefício equivalente a média das últimas
12 contribuições do trabalhador.
Ah,
sim, nada muda, sequer um centavo é retirado dos funcionários
públicos ou dos convocados, indicados, apadrinhados etc.
Água
e racionamento. Evitar problemas não dá visibilidade.
Não
é difícil entender a crise do abastecimento de água. É lamentável
mas compreensível. Não pergunte por que nada foi feito antes, a
resposta é simples e irritante: sem haver o fato para que se busque
soluções, o caso não rende votos. Ter atendido as projeções dos
especialista de que haveria uma quebra dos reservatórios e antecipar
as obras não dariam a necessária visibilidade porque não estaria
criada a necessidade. Ponto.
Agora,
com o caso concreto (ou melhor, líquido), todos irão se arvorar de
salvadores da Pátria, porque as soluções se fazem imprescindíveis.
Até
que se faça em caráter de urgência, sem acompanhamento e controle
de gastos – a redenção de todos os políticos -, os ajustes
necessários, penaliza-se o cidadão por utilizar a água que é de
seu direito.
Mas
nada tem sido feito para penalizar as concessionárias que cobram
deste mesmo cidadão o desperdício de mais de 40% no precioso
líquido que se esvai em sistemas de distribuição antigos e mal
conservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário