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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Curtas 2015 - 1º Ato

2015






















'Meia nota', 'sem nota' e 'caixa dois' a realidade que todos conhecem. O resto é hipocrisia

Um país que não consegue investigar crimes; que quando investiga, nem sempre prende; que quando prende, a justiça impõe penas pífias; que prende hoje para soltar amanhã... falar de financiamento público para as campanhas eleitorais é chamar o eleitor de energúmeno.

Os males maiores das campanhas não é o dinheiro legalmente doado, é o caixa dois, o surrupiado, o escondido. É o dinheiro do 'Caixa Dois', ou “dinheiro não contabilizado” na versão mensaleiro-delubiana, que movimenta a compra de votos em suas diversas formas. Não nos venham com a redenção do mal-caratismo político transformando o que já existe, doações legais e contabilizadas, em financiamento público de campanha.

Nosso maior problema é moral, não financeiro.


Para salvar as finanças penaliza-se o trabalhador e gratifica-se o desocupado

Parece que até o ministro da fazenda, escolhido a dedo e apoiado pela classe empresarial, vergou perante a presidente Dilma Rousseff e a política petista de compra de votos em suaves prestações via bolsas as mais diversas.

Para salvar a economia do país, quando se supunha que houvesse um reparo nas tubulações carcomidas e eivadas de vazamentos por onde o dinheiro escorre em propinas e quetais, ou no enxugamento da máquina pública, ou ainda que houvesse uma contrapartida para as bolsas sociais – algo do tipo favorecer com cursos profissionalizantes os beneficiários e exigir que se insiram no mercado de trabalho, ou pelo menos tentem –, pretende-se penalizar o trabalhador.

Aos que trabalham, bem ou mal, nesse nosso capitalismo burro e socialismo mal ajambrado, quando perdem seus empregos por qualquer tipo de sorte – e não se exclua a falta de caráter de parcela de trabalhadores que seguem seus eleitos e enveredam pela lei do “o importante é levar vantagem em tudo” - perdem agora seus direitos ao seguro desemprego. Quem contribuiu pode afundar economicamente o país, quem nunca trabalhou, não.

Para o abono salarial, estipula-se elevação da carência de um mês para seis meses ininterruptos de trabalho. Além disso, o abono será pago proporcionalmente ao tempo trabalhado, assim como ocorre com pagamento do 13° salário.

Para aqueles que trabalharam enquanto tinham forças e vida para isso, a Pensão por Morte passa a ter  carência de 24 meses de contribuição para que o cônjuge tenha direito à pensão, também será exigido tempo mínimo de casamento ou união estável de dois anos. Não bastasse tanta aberração, os cônjuges jovens terão direito a benefício temporário que pode variar de três a quinze anos. Já os cônjuges viúvos com idade igual ou superior a 44 anos – e, portanto, com expectativa de sobrevida inferior a 35 anos – terão direito ao benefício vitalício.

O seguro desemprego, deixa de ser seguro numa economia de gangorra, sem garantias, haverá o aumento do período de carência para a primeira solicitação do benefício de 6 para 18 meses, e para 12 meses na segunda solicitação.

E a apoteose deste brilhantismo econômico-social-coisa-nenhuma é a transferência da responsabilidade de Estado para a iniciativa privada. O auxílio-doença passa a ser pago pelo empregador não mais nos primeiros 15 dias, mas dobra-se a carga e o empregador pagará por um mês (30 dias). Sem abandonar as preocupações com o trabalhador, sobra para ele tambám, pois haverá um teto para o pagamento do benefício equivalente a média das últimas 12 contribuições do trabalhador.

Ah, sim, nada muda, sequer um centavo é retirado dos funcionários públicos ou dos convocados, indicados, apadrinhados etc.


Água e racionamento. Evitar problemas não dá visibilidade.

Não é difícil entender a crise do abastecimento de água. É lamentável mas compreensível. Não pergunte por que nada foi feito antes, a resposta é simples e irritante: sem haver o fato para que se busque soluções, o caso não rende votos. Ter atendido as projeções dos especialista de que haveria uma quebra dos reservatórios e antecipar as obras não dariam a necessária visibilidade porque não estaria criada a necessidade. Ponto.

Agora, com o caso concreto (ou melhor, líquido), todos irão se arvorar de salvadores da Pátria, porque as soluções se fazem imprescindíveis.

Até que se faça em caráter de urgência, sem acompanhamento e controle de gastos – a redenção de todos os políticos -, os ajustes necessários, penaliza-se o cidadão por utilizar a água que é de seu direito.

Mas nada tem sido feito para penalizar as concessionárias que cobram deste mesmo cidadão o desperdício de mais de 40% no precioso líquido que se esvai em sistemas de distribuição antigos e mal conservados.



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