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sexta-feira, 29 de março de 2019

Quem é o Judiciário para mudar o que povo escolheu?


Foto da matéria: O que está acontecendo com o STF?  Tábata Viapiana/ ISTO È


As coisas estão desandando nessa nova parca e recente Democracia. 11 ministros indicados por políticos tomam a frente, resolvem alterar todo um quadro, e contra a Justiça suprema, não há como recorrer. Sequer eles se entendem. Ministros do Supremo brigam entre si, o Conselho Nacional de Justiça briga contra os outros poderes judiciários, o povo estarrecido vê e acompanha as decisões mais esdrúxulas a favor de escancarados e conhecidos corruptos. Então o povo começa a pensar: para que o Judiciário?

Na nossa vida comum, bandido é bandido. Entendemos assim e assim tentamos tocar nossas vidas. No nosso menor deslize, ajustiça comum nos prende encarcera, não temos o poder econômico, não temos os benesses do poder político. Ainda que eles roubem e matem – pois, afinal, a cada real desviado do erário, são vidas que se perdem numa sequência maior do que o homicídio, mas que toma proporções de holocausto. A história mostra e a nossa mais recente realidade comprova: O mote de Paulo Maluf era rouba, mas faz. É comum e normal no nosso cotidiano, sempre pensamos assim, mas a nossa gloriosa Justiça, como atuou? Todos sabiam, era patente e claro, mas a Justiça só o condenou quando sua idade não permitia mais sua prisão. Então vem a prisão domiciliar com tornozeleira, que lhe permite gozar a vida naquela humilde mansão, visitar os restaurantes que melhor lhe apraz. Afinal, ele é amigo de quem? Do Rei? Não, é um rei, soberano ante os poderosos.

Antes dele, Ademar de Barros, governador de São Paulo e, como Maluf, indicado para a presidência. Mais recente, presidentes do senado e da Câmara Federal. Ainda ex-presidentes e ex-ministros. Os bobos da corte foram e são os que se aproveitam das majestades, não somos nós. A gente é apenas a reles, o escracho a trabalhar por eles e para eles. A justiça não nos atinge, apenas nos pune.

Parece que há uma articulação sórdida. Quando acertamos em nosso voto, erramos. Quando a justiça condena um corrupto, nós os elegemos e ele passa a ter “foro privilegiado”. São eleitos senadores, indicados políticos. Esquerda ou Direita, sempre se protegem e defendem, uns aos outro, outros aos uns.

Aqui mesmo em Mato Grosso do Sul assistimos, abestalhados – porque crítica não temos – um ex-governador, eivado de provas de desvios, seu filho e seus capitaneados, aqueles capitães do mato, jogado aos cães quando as provas incontestes se lhes afronta a cara, ele, governador e seu filho saem ilesos. Os bonecos de ventrículo, estes pagam. Ainda que houve alguma justiça nisso, mas não a nível estadual. Amigo é amigo e ... é ... Foi necessária a intervenção da justiça federal para que alguma providência houvesse.

Mas, o povo em sua imensa sabedoria elegeu um dos réus para o senado, elegeu seu irmão para a Câmara Federal, outro para a prefeitura da Capital. Gostamos de sofrer ou somos apenas ovelhas mansas, vida de gado, povo marcado, povo feliz?

A mesma justiça que permitiu, por entender que houve um golpe contra um prefeito eleito, que ele fosse empossado num revés de segundo mandato dentro de seu próprio mandato, que analisa os desvios de conduta desses que, “supostamente”, se locupletaram e se venderam para uma cassação mal explicada , quando essa mesma população que comete o pecado de levar um réu para o cargo de Senador, esse sim, empossado e com foro privilegiado – até ai, nada demais – impede que pouco mais de 47 mil votos empossem um deputado federal, porque tudo mudou, o que era inocente, passa a ser culpado. Estranha justiça essa.

Então, quando se questiona e critica essa justiça, dos 11 membros indicados por políticos que, ou estão presos, ou estão prestes a senta no banco dos réus, somos ameaçados, todos nós, milhões de cidadãos, a sermos também enquadrados e julgados e condenados. Se, sequer, eles se entendem, se existem acusações mútuas, se existem indícios de crimes cometidos, como respeitar essas togas, não honradas, aviltadas?









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