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sábado, 20 de julho de 2019

Além de Mandetta, quem será responsável pelas mortes dos transplantados?


Se o ministro Mandetta está enroscado e enrolado desde quando foi um temível secretário de saúde da Capital de Mato Grosso do Sul, porque hoje seria um bom ministro da saúde? Bolsonaro pode ter sido eleito por voto popular, mas longe de querer que se quebrem as instituições democráticas, precisa rever suas indicações para alguns ministérios; um deles, Mandetta, da Saúde.

A dupla Nelsinho Trad/Mandetta, na época prefeito e secretário de saúde de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, até hoje estão enrolados em “suspeitas” – termos que somos obrigados a usar – em desvios, incoerências, má gestão. Família é família como entronizou a “Cosa Nostra” italiana.

Então, durante sua gestão aqui na parte sul do Velho Centro-Oeste, tirante a epidemia de Dengue, não havia medicamentos, prevenção, estrutura de atendimento para a doença. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estavam sem profissionais da saúde e o setor administrativo era precário. Basta pesquisar notícias da época. Ambos, Nelsinho e Mandetta são médicos.

Contrataram um programa Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (GISA), ao qual pagaram R$ 10 milhões, sem que pouco mais de 20% desse programa fosse aplicado. Condenados, como sempre, recorreram. E a coisa está ai. Nelsinho tem muito Reais bloqueados por outros motivos, mas foi eleito senador e tem foro privilegiado; Mandetta foi nomeado ministro e também tem prerrogativas.

“A Justiça bloqueou R$ 16,6 milhões em bens do ex-prefeito de Campo Grande e atual senador, Nelson Trad Filho, dos ex-secretários municipais de saúde, Luiz Henrique Mandetta e Leandro Mazina e outras 14 pessoas devido ao investimento no Gisa, software de gestão da saúde que nunca foi implantado em Campo Grande.”

Não sabemos se é apenas incompetência (falta de conhecimentos, de capacidade, de habilidade; incapacidade, inaptidão), ou talvez outros atributos menos nobres para exercer qualquer função pública. Vai saber.

Afinal, desde que assumiu o cargo de ministro de uma equipe, em grande parte desastrosa, do governo Bolsonaro, a Saúde pública brasileira vem correndo de água abaixo e fogo acima. Depois de excluir 19 medicamentos da lista da saúde, agora se descobre – e denuncia-se – em nível nacional que faltam medicamentos para os transplantados. Deve ser erro de logística, afinal ninguém imaginaria que seria uma forma de superfaturar, no futuro próximo, esses medicamentos essenciais para manter vidas, com laboratórios estrangeiros. Não, nunca.

O Ministério da Saúde rompeu, nas últimas semanas, contratos firmados com laboratórios de produção de medicamentos. Estes eram distribuídos gratuitamente para a população. No total, 19 remédios deixarão de ser entregues pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deixando mais de 30 milhões de pacientes sem esses tratamentos.

Os medicamentos são fabricados pelos laboratórios BioManguinhos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar, Farmanguinhos e Fu. Esses laboratórios produzem os medicamentos como parte de uma parceria com o ministério e fornecem os fármacos a preços 30% menores do que os do mercado. Associações que representam os laboratórios públicos falam em perda anual de, pelo menos, R$ 1 bilhão para o setor e risco de desabastecimento para a população brasileira.

Seria inumano (desprovido dos sentimentos de respeito, consideração; desumano, cruel, com ignorância de tais sentimentos) pensar que se joga tanto com a vida. Mais ainda que se faça uma tortura com aqueles que ficaram anos em filas de transplante, conseguiram vencer uma burocracia e que receberam, enfim um órgão, com gastos elevados ao sistema de saúde, serem relegados a uma morte lenta e anunciada pela incompetência de um gestor incompetente em termos municipais, elevado ao cargo de “ministro” pelo fato de ser do partido (DEM) que se vendeu e se vende a qualquer governo que exista.

Nem é questão de economia, pois seria burro gastar tanto em transporte de órgãos, cirurgia, sem contar com a parte administrativa que gerencia os órgãos dos doadores e receptores, para depois jogar tudo no lixo por falta de medicamento. Ou é burrice e incompetência pura e simples, ou tem algo mais que é adquirir esses medicamentos de empresas estrangeiras por um preço superior. Enquanto isso, que morram umas tantas centenas, ou milhares de pacientes.

Alguém, em sã consciência, pode explicar isso. Com a palavra o presidente que o nomeou.


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